O fim de Cerebus, a obra máxima de Dave Sim
Uma
das maiores epopéias do quadrinho americano chegou ao seu final. O número
# 300 de Cerebus, distribuído no mês de março, marca o fim da
série que se estendeu por mais de seis mil páginas e diversas décadas.
A obra de Dave Sim é um marco, não apenas por sua longevidade, mas porque
foi totalmente publicada de maneira independente (pela Aardvark-Vanaheim),
mensalmente e sem interrupções, pelo próprio autor, do começo ao final.
Vale ressaltar que Cerebus tem começo, meio e fim, ao contrário
de muitos materiais publicados atualmente.
Iniciada em 1977, Cerebus logo ganhou destaque da critica pela
qualidade do traço, pelo humor e pela narrativa, que sempre trazia inovações
ou buscava soluções interessantes.
Cerebus
começou como uma paródia de Conan, numa época em que o mercado direto
americano (as comic shops) ainda estava nascendo e as edições
encadernadas eram raras (e os do personagem Cerebus parecem listas
telefônicas). Com o tempo, ele se modificou, ganhou consistência e passou
a discutir política, religião sexo e muitas outras coisas.
Os leitores mais novos, provavelmente, só conhecem Dave Sim em função
do problema com Spawn. O autor foi contratado por Todd McFarlane
para escrever Spawn # 10. A história narra o que ocorreu depois
que Spawn foi atingido pela lança de Angela (no número # 9). A edição
permanece inédita no Brasil (e em outros lugares) devido a uma questão
pelos direitos autorais.
Dave Sim nunca se interessou em publicar Cerebus fora dos Estados
Unidos. Por isso, este número não pôde ser lançado.
Agora que a série chegou ao final, Dave Sim fez um apelo aos leitores,
para que demonstrem interesse pelo material, para que as seis mil páginas
originais sejam arquivadas e preservadas em alguma universidade americana.