O Homem de Aço volta em filme emocionante
Em
junho de 1938, surgia das mãos de Jerry Siegel e Joe Shuster um dos personagens
mais duradouros dos quadrinhos, o Super-Homem.
O Homem de Aço, como também é conhecido, já passou por todo tipo de mídia:
revistas em quadrinhos, tiras diárias, desenhos animados, seriados de
TV e cinema, filmes longa-metragens, jogos e videogames.
Agora, 68 anos depois de seu nascimento o personagem volta a brilhar
nas telonas, num filme emotivo e respeitoso, dirigido por Bryan Singer
(de X-Men e X-Men 2), que tem tudo para cativar espectadores
de todas as idades, assim como aconteceu com o filme de 1978, de Richard
Donner, no qual o falecido Christopher Reeve interpretava o super-herói.
Aliás, Superman - O Retorno é uma bela homenagem ao trabalho
de Donner, adotando um roteiro parecido tanto na trama quanto nos conceitos.
Outra semelhança está na ótima interpretação do novato Brandon Routh,
que tirou de letra tanto Clark Kent, quanto Superman, e que vez por outra
lembra a interpretação de Reeve.
De Superman: O Filme, também se aproveitou a ótima música-tema,
de John Williams, e algumas imagens e diálogos de Marlon Brandon como
Jor-El, o pai do Superman.
Em termos cronológicos, Superman - O Retorno está situado cerca
de cinco anos após o término de Superman II, mas não é necessário
ter assistido a nenhum outro filme do personagem para entender a história.
Superman retorna após cinco anos de ausência e descobre um mundo que seguiu
o seu caminho na ausência de seu maior herói. Até mesmo Lois Lane (interpretada
por Kate Bosworth) mudou, tem um filho e vive um longo noivado com Richard
White (James Marsden, que também fez o Ciclope, em X-Men), sobrinho
de Perry White (Frank Langella), o editor-chefe do jornal Planeta
Diário.
Além disso, existem alguns flashbacks da sua infância e a origem
do herói é recontada por seu pai, Jor-El.
Para complicar tudo, Lex Luthor (papel muito bem desempenhado por Kevin
Spacey) foi libertado da prisão e "herdou" uma enorme fortuna, que ele
utiliza para se vingar do último filho de Krypton.
Superman - O Retorno está longe de ser um filme "parado", mas
não é um espetáculo centrado somente na ação. Esta, quando acontece, é
espetacular e muito bem integrada à trama.
Talvez o único senão do filme, para alguns espectadores, seja a ausência
de um vilão mais físico, alguém com quem Superman pudesse trocar uns bons
sopapos. Mas é quase certo que isto irá ocorrer na seqüência.
A despeito disso, os efeitos especiais são sensacionais e a cena do acidente
com o avião vai entrar para a história como uma das mais emocionantes
(e bem feitas) dos filmes de aventura.
Há também aqueles que certamente irão reclamar do romance entre Superman
e Lois Lane, mas isto é parte intrínseca do personagem e de sua mitologia,
e Singer soube explorar muito bem o tema, sem exageros.
A versão atual do Super-Homem cinematográfico é conceitualmente
muito fiel ao filme de Richard Donner, e também à Era de Ouro do personagem
nos quadrinhos.
Está tudo lá: Superman usa sua Visão de Raios-X, o Super Sopro, a Visão
de Calor, isso sem falar nos poderes mais óbvios e típicos de alguém capaz
de voar enquanto carrega toneladas.
Ele é uma espécie de bom moço, um escoteiro, um sujeito de altos valores
morais e enorme senso de dever. Curiosamente, os jovens de hoje, costumam
reclamar que o personagem é meio "bobo". Superman é o oposto de Wolverine,
um dos ícones modernos dos quadrinhos. Este retorno do personagem aos
cinemas é como uma viagem no tempo, que trará muitas e boas lembranças
a quem se emocionou assistindo ao filme de Reeve, em 1978.
Quem lê quadrinhos vai sair do filme se perguntando por que o primeiro
dos super-heróis anda sendo tão mal escrito e mal aproveitado nas HQs,
se tem um potencial para histórias tão superiores, como Bryan Singer acaba
de provar.
Superman - O Retorno é imperdível e deve ser assistido no cinema
- a telona é prato cheio para os belíssimos efeitos especiais. O filme
estréia no Brasil dia 14 de julho.