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O Louco: 35 anos de maluquice nos quadrinhos

22 setembro 2008

LoucoLicurgo
Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira, o Louco, não é um sujeito fácil
de lidar. Que o diga o Cebolinha, desde 1973 fazendo dupla com aquele
tresloucado em histórias surreais e bizarras que deixam o garoto com os
nervos à flor da pele e continuam divertindo leitores de diversas gerações.

"O Louco tem muito das loucuras dos anos 1970 e foi idealizado pelo meu
irmão Márcio, que na época era roteirista dos nossos estúdios. A figura
foi baseada em um dos desenhistas, o Sidney Salustre, que está conosco
até hoje. Mas é só na aparência, pois o nosso desenhista é muito certinho
da cabeça", revelou Mauricio de Sousa ao Universo HQ.

O personagem fez sua estréia em Cebolinha # 1, da Editora Abril,
na aventura Uma história muito louca (republicada em 2008 pela
Panini Comics, na Turma
da Mônica Coleção Histórica - Volume 1
). No início, ele era apenas
um coadjuvante que vivia internado em um hospício e de lá costumava fugir,
invariavelmente encontrando no caminho o Cebolinha - a quem, tempos depois,
passou a chamar de Cenourinha, para incontida irritação do menino.

Cebolinha e o LoucoFoi
com o passar dos anos que ele começou a protagonizar histórias divertidamente
estapafúrdias, sem nenhuma amarra com a lógica, logo transformadas em
clássicos da Turma da Mônica e que fizeram o personagem ganhar
muitos fãs declarados.

"No início, ele era louco, mesmo. O cara que 'viajava', imaginava coisas.
A 'piração' estava na cabeça dele. Hoje, cada roteirista tem a sua visão.
Alguns optam pelo estilo da metalinguagem, como nas historinhas do Bidu.
Algo como... de uma hora para outra chove elefantes e números jogam futebol.
Mas é a visão de cada um. O Louco tradicional ainda existe. Ultimamente,
têm sido feitas muitas histórias nesse estilo que ainda não foram publicadas",
disse Mauricio de Sousa.

É preciso ter um parafuso a menos para conceber tanta maluquice? O criador
da Turma da Mônica diz que a tarefa é mais árdua do que parece.
"Apesar de, aparentemente, ser fácil fazer uma HQ nonsense, amalucada,
não é assim com o Louco. Tem que haver um determinado ritmo, uma seqüência
de ações e reações como um remoinho, sem saída para quem está ao lado
dele - é o que acontece com o Cebolinha, geralmente. O Márcio conta que
nos primeiros tempos era comum ele começar uma história e ela já ir seguindo
para a arte-final, mesmo antes que o roteiro estivesse totalmente pronto.
A história era viva, desenrolava-se à medida que a revista tinha necessidade
de mais algumas páginas", afirmou.

Cebolinha e o LoucoO
roteirista Paulo Back, que já criou algumas aventuras do personagem, tem
a mesma opinião. "Não é fácil escrever historias do Louco. Tem que ter
aquela pitada de nonsense, mas sem soar falso ou previsível. É
começar a escrever a história e deixar ela mesma se encaminhar. Você não
sabe como ou quando ela vai acabar".

Durante essas mais de três décadas, o Louco passou por outras transformações,
além da mudança de estilo dos roteiros nas suas histórias. O visual, antes
mais fiel a quem lhe serviu de inspiração, acompanhou o traço mais "rechonchudo"
das outras criações da Turma da Mônica e, na área do politicamente
correto, não escapou de se adaptar aos novos tempos. "Por precaução e
respeito, ele agora não pula mais do muro para fugir de alguma clínica,
não mora num hospício e não termina as historinhas amarrado numa camisa
de força, como acontecia antigamente", explica Mauricio de Sousa.

Cebolinha e o LoucoApesar
de não ser título de um almanaque periódico (ao contrário de personagens
de outros núcleos que já têm o seu, como Astronauta, Penadinho e Mingau),
o Louco já protagonizou quatro edições da Coleção Um Tema Só, pela
Editora Globo, e foi importante e indispensável para a trama do
álbum de figurinhas em forma de quadrinhos A
Volta do Capitão Feio
.

Além disso, ele tem participado de alguns desenhos animados, mostrando
que seu potencial não se resume apenas às páginas das HQs.

Enquanto não estrela uma coletânea especial pela Panini, o Louco
continua fazendo suas aparições nos gibis mensais da garotada do Bairro
do Limoeiro. Mais que isso, ele está bem sóbrio na série Turma
da Mônica Jovem
, na qual virou professor de uma escola e, até
agora, não fez nada que lembrasse os velhos e malucos tempos.

Isso poderia ser a confirmação do que apregoa uma “teoria
conspiratória” surgida por aí?" Mauricio de Sousa
garante que não: "Alguns ousaram duvidar de sua existência real.
O Louco seria uma ilusão criada pelo Cebolinha, talvez de tanto o garoto
levar coelhadas. Mas essa versão é derrubada pela presença dele em historias
de outros personagens".

Esses fãs são mesmo malucos.

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