Opera Graphica resgata o Gato Felix em edição de luxo
A Opera Graphica
tirou um gato da cartola. Não, você não leu errado. Nada de coelho, é
um "bichano" mesmo. E dos mais famosos! Trata-se de Gato Felix Classic
(formato 16 x 23 cm, 152 páginas, preto-e-branco, capa dura, R$ 39,00),
edição especial que está sendo vendida nas gibiterias atendidas pela Comix
Book Shop.
O álbum apresenta cinco HQs clássicas, publicadas em jornais entre os
anos de 1934 e 1935, do personagem que nasceu nos desenhos animados e
depois fez muito sucesso também nos quadrinhos.
Todas as histórias são assinadas por Otto Messmer, que apesar de não ser
o criador do Gato Felix (seu "pai" é Pat Sullivan), foi o responsável
por suas melhores fases nos quadrinhos.
O autor participou das versões do personagem em páginas dominicais (a
partir de 1923), tiras de jornais (1927) e em revista de linha (1943,
pela Dell). Com o tempo, as histórias passaram a outras mãos não
tão talentosas e inventivas quanto às de Messmer, que morreu em 28 de
outubro de 1983.
Misturando
inocência e total alucinação em suas aventuras, o Gato Felix tornou-se
um clássico tanto dos desenhos animados quanto dos quadrinhos. Muito da
linguagem hoje usada na arte seqüencial foi inventada em suas HQs, que
sempre tiveram um quê de pioneirismo, especialmente na narrativa.
No Brasil, para se ter idéia do quanto Felix fez sucesso, em 1928, ele
chegou a virar personagem de um dos livros da série Reinações de Narizinho,
de Monteiro Lobato. Na verdade, era um falsário se fazendo passar pelo
felino famoso, mas não deixou de ser uma bela homenagem.
Gato Felix Classic traz ainda um levantamento histórico sobre o
gato (cujo nome, por aqui, é grafado ora com acento agudo, ora sem), inclusive
sobre sua trajetória em nosso país, realizado pelo cartunista Ota, uma
das principais autoridades nacionais em quadrinhos do Brasil.