Os dez grandes momentos das HQs de super-heróis nos anos 90
O jornal Philippine Daily Inquirer publicou, em sua edição do dia
1º de fevereiro, uma lista com os dez maiores momentos dos quadrinhos
de super-heróis na década passada.
Na verdade, a julgar pelo título original do artigo filipino, deveria
ser uma listagem que incluísse variados gêneros de quadrinhos, mas o rol
acabou sendo dominado pelos supertipos fantasiados das grandes editoras
dos Estados Unidos. Dali, bem que poderiam constar a Saga do Tio Patinhas,
o fim das tiras de Calvin & Haroldo e outros acontecimentos marcantes
no mundo dos quadrinhos.
Mesmo no âmbito dos super-heróis, ficou de fora a morte do Superman, evento
que gerou mídia espontânea nos quatro cantos do mundo e, independente
do que se possa dizer sobre a qualidade editorial, é um dos mais memoráveis
na história da nona arte.
Segue abaixo a lista, que já anda rendendo discussões em fóruns e blogs
da internet mundo afora. Os comentários exprimem a opinião deste articulista,
com base no texto original.
1. X-Men # 1 lança a moda das capas alternativas: O primeiro número
da nova série dos Filhos do Átomo, por Chris Claremont e Jim Lee, inaugurou
a onda das várias capas diferentes para uma mesma edição. O gibi vendeu
seis milhões de cópias e a idéia se popularizou.
2. Surge a Image Comics: Sete dos artistas mais
badalados da época, sob a batuta de Todd McFarlane, resolveram criar uma
editora para concorrer com a Marvel e a DC. O mercado foi
invadido por novas HQs de super-heróis e a Image foi responsável pela
deflagração de um estilo de roteiros e desenhos de qualidade duvidosa
que se espalhou por toda a década, contaminando até a concorrência.
3. A fase sombria da DC Comics: Batman, aleijado
pelo psicopata Bane, é substituído por uma versão pra lá de carniceira;
Lanterna Verde fica louco e mata seus amigos da tropa; Superman exilado
no espaço e julgado por crimes em um tribunal intergaláctico. Esses e
outros acontecimentos nada animadores fizeram parte dos super-heróis da
DC nos anos de 1990.
4. A ascensão do selo Vertigo: Mais uma da DC.
A criação da linha de HQs adultas foi um alento para uma fase em que todos
os gibis da editora pareciam mostrar mais do mesmo. Na década passada,
títulos como Hellblazer e Sandman deram uma nova dimensão
aos quadrinhos.
5. Alex Ross deixa a sua marca: O até então desconhecido mestre dos desenhos
realistas produziu Marvels e Reino do Amanhã, duas obras
que entraram para o panteão dos clássicos dos quadrinhos. Hoje, o nome
Alex Ross é uma marca que, por si só, faz vender até gelo a esquimó.
6. Saga de Clone: Peter Parker era, na verdade,
um clone. Até que se descobriu que um tal de Ben Reilly não era Peter
Parker e este tinha um outro clone deformado e... Que confusão! É melhor
esquecer isso.
7. Marvel versus DC: Um embate sem precedentes
e que foi aguardado por várias gerações de leitores. Finalmente se saberia
quem eram os super-heróis mais fortes entre as duas editoras. E quem decidiu
o resultado das lutas foram os fãs, por meio de votação. A série fez tanto
sucesso que rendeu mais duas continuações e um selo chamado Amálgama,
que mesclava alguns heróis Marvel e DC e os transformava
em um único e esquisito personagem.
8. O casamento do Superman: Já estava na hora! Clark Kent
e Lois Lane finalmente se casaram. E as aventuras do Homem de Aço tomam
um novo rumo.
9. Superman elétrico: O Homem de Aço vira um ser azul
de pura energia e ganha um clone igualzinho, só que vermelho. A DC
não resistiu à ira dos leitores e fez com que tudo voltasse ao normal.
Fim.
10. Marvel Knights: A "Casa das Idéias" andava por baixo no quesito
criatividade até lançar, no final da década, um selo com aventuras mais
audaciosas (leia-se conceito mais adulto) de alguns personagens considerados
de meio-escalão, como Demolidor, Inumanos e Justiceiro. O sucesso da empreitada
ajudou a tirar a editora da beira de uma bancarrota e ainda fez com que
o quadrinhista e editor de linha Joe Quesada fosse nomeado editor-chefe.