Os Simpsons completam 20 anos
Foram
apenas algumas vinhetas de 30 segundos de duração estreladas por eles
na série de TV The Tracey Ullman Show, nos Estados Unidos, a partir
do dia 19 de abril de 1987, mas suficientes para que os Simpsons ganhassem
a simpatia do público e, dois anos depois, estreassem um especial solo
e, em 1990, seu próprio seriado, dessa vez com meia hora dos mais puros
nonsense e críticas ácidas à sociedade americana - e mais ainda a uma
certa instituição chamada família.
De lá para cá, são quase 400 episódios exibidos até hoje em vários países,
um iminente longa-metragem para o cinema, diversos prêmios e uma versão
para as revistas em quadrinhos que continua a trajetória de sucesso da
TV.
Centrado no dia-a-dia de Homer, o pai lerdo, preguiçoso, comilão, incapaz
e, resumindo tudo, inútil; Margie, a mãe esquisita,
mas sábia e equilibrada; os filhos Bart (malandro e traquina), Lisa (astuta
e sagaz) e a bebê Maggie; além de em muitos outros de uma vasta galeria
de personagens secundários e não menos marcantes, Os Simpsons foi
apontado em algumas pesquisas nos Estados Unidos como a melhor série de
desenhos animados na história dessa arte.
Em uma dessas pesquisas, realizada pela revista Time, o irrequieto
garoto Bart Simpson figurou entre as 20 personalidades mais influentes
da década de 1990, à frente de muitos nomes da vida real.
Mas esse é apenas um entre tantos outros fatos que, nestes 20 anos de
existência da família menos exemplar do mundo pop, virou notícia mundo
afora. A maioria desses destaques é fruto das polêmicas comumente geradas
em cada aventura televisiva dos Simpsons, sempre às
voltas com alfinetadas ao modo de vida norte-americano, ao governo dos
Estados Unidos, às convenções estabelecidas, às religiões e tudo mais
que possa despertar a ira dos mais conservadores e uma crise de risos
nos que amam vê-los desdenhar do que é chato ou complicado de entender.
Até o Brasil já virou alvo das piadas infames dessa família maluca, quando
foi retratado no episódio O Feitiço de Lisa (13ª temporada, 2002)
como um país onde onças andavam à solta pelas ruas e as pessoas só pensavam
em sexo, além de outras particularidades que levaram autoridades brasileiras
a se manifestarem publicamente com arroubos patrióticos. Apesar da celeuma,
o seriado não perdeu seus fãs e continua sendo exibido por aqui na TV
Globo.
E assim caminham os Simpsons, com as baterias do humor e das críticas
tão carregadas que ainda seguirão em frente por muito mais décadas, mostrando
o que há de ridículo e engraçado na difícil tarefa de levar o mundo a
sério.