Há
algumas semanas, foi levantada na internet a questão de que a Panini
Comics poderia interromper sua linha de títulos europeus, que
conta com os títulos XIII, Aldebaran, Blacksad e
Blueberry. Uma das razões para isso foi a editora não ter divulgado
nenhuma novidade para essa fatia do mercado em seu último anúncio de próximos
lançamentos na revista Wizmania.

O Universo HQ entrou em contato com Levi Trindade, editor da linha
européia, que explicou, numa rápida entrevista por e-mail, que a Panini
não pensa em cancelamento e deve apresentar novidades em breve. Confira
a seguir.

Universo HQ: A Panini pretende interromper as séries de HQs européias?

Levi Trindade: De forma alguma. Pelo contrário, estamos em processo
avançado de negociação com editoras européias, para trazer ainda mais
títulos do Velho Continente. Teremos várias surpresas nesse segmento,
mas ainda é cedo para detalhar o que vem por aí.

Só posso dizer que os leitores ficarão muito satisfeitos com as novidades.

UHQ: XIII e Aldebaran estão prestes a alcançar as séries
originais. O que a Panini fará quando isso acontecer? O leitor corre o
risco de não ver o final de ambas?

Levi: Em abril, publicamos as últimas histórias relacionadas
a Aldebaran para as quais tínhamos contrato. Como o novo ciclo
só foi lançado recentemente, esperaremos um pouco até poder lançá-lo.

Quanto a XIII, em maio lançaremos nosso último volume, contendo
as histórias correspondentes aos álbuns 16 e 17. Recentemente, foram divulgados
os próximos volumes da série, que só devem sair lá fora no final do ano.
Então, ainda não temos contrato.

UHQ: Por que Blacksad ainda não teve o terceiro álbum publicado?

Levi:
Na época em que negociamos os álbuns europeus, só haviam sido lançados
dois volumes de Blacksad. Como já disse, estamos em processo de
negociação e esperamos que já nesta nova leva de materiais tenhamos a
oportunidade de publicar a terceira e última edição do título lançada
na Europa.

Aliás, acho que vale uma informação extra: existem três outras publicações
relacionadas ao personagem Blacksad, que constam no site da editora Dargaud.
No entanto, duas são edições especiais, tipo making of, com esboços,
entrevistas, processo de criação da HQ e outras coisas; e o último é uma
versão recheada de extras do terceiro álbum.

UHQ: E Blueberry, como fica?

Levi: Bem, no caso do tenente cabeça-dura e brigão, a Panini
optou por tentar trazer os álbuns mais recentes do personagem, para reapresentá-lo
ao público atual, mais exigente do que o dos anos 90, quando ele chegou
a ser publicado pela Abril. Não que as histórias antigas sejam
ruins, mas a narrativa dessas edições mais novas é bem superior, e a arte
também. Entretanto, os fãs brasileiros ainda ouvirão falar de Blueberry
muito em breve.

UHQ:
A Panini está satisfeita com os resultados dos quadrinhos europeus, que,
como se sabe, vendem bem menos que os comics e os mangás?

Levi: Este é o tipo de resultado que só aparece com o passar
do tempo. No momento, não é a maior preocupação da editora. O importante,
de fato, é construir um catálogo forte e diversificado. A compensação
financeira deverá aparecer mais pra frente.

UHQ: Os produtos da linha européia são todos num acabamento mais voltado
às livrarias. Por que a Panini não tem uma presença maior nesse nicho?
Como a editora pensa em reverter isso?

Levi: Até pouco tempo atrás, não havia uma definição muito clara
quanto a isso, mas agora a Panini conta com uma pessoa específica
para atuar nessa área e, em breve, produtos voltados especificamente para
esse nicho serão lançados.