Paul Jenkins e Jae Lee fazem minissérie do Batman
A dupla Paul Jenkins e Jae Lee fez obras de sucesso, como as minisséries Inumanos e Sentry, ambas publicadas no Brasil pela Mythos Editora. Depois de trabalharem separados por algum tempo, os dois voltam a se encontrar, dessa vez para fazer uma minissérie com um personagem da DC Comics.
Batman: Jekyll & Hyde será publicado em seis partes, e mostrará o Homem Morcego sendo examinado por alguém que entende de dupla personalidade: o Duas-Caras. "É sobre o contínuo conflito de uma pessoa", disse Jenkins. "Basicamente, é o princípio Jekyll e Hyde, de que todo homem é, na verdade, dois homens em conflito. Que melhor personagem para trazer essa mensagem ao Batman do que o Duas-Caras?".
O autor refere-se ao livro O Médico e o Monstro, no qual o Doutor Henry Jekyll transforma-se no monstro Hyde.
"O Duas-Caras é Jekyll e Hyde no mesmo corpo, ao mesmo tempo. O seu conflito é evidente, e o está dividindo. Ele é uma pessoa que entende a natureza do Batman, mesmo que o herói não possa ver que esteja emocionalmente confuso. É um cara que se veste de preto e voa pelas sobras punindo as pessoas", analisou.
E o objetivo dos autores não é modesto. "Esperamos fazer pelo Duas-Caras o que A Piada Mortal fez pelo Coringa", compara o desenhista Jae Lee. "Eu posso sonhar, não é?", adicionou com uma risada.
"Batman é o personagem que inspirou todas as minhas sensibilidades artísticas", revelou Lee.
A idéia da dupla em trabalhar com o Cavaleiro das Trevas não é nova. "Conversamos sobre isso quando estávamos trabalhando em Inumanos, mas acabamos nos envolvendo em outros projetos. Alguns meses atrás, Paul e eu fizemos uma história do Darkness, na qual havia gárgulas e prédios decadentes e todos os elementos que combinam com o Batman", disse.
E Jae Lee está mesmo empolgado com o projeto. "Quero passar mais tempo com esse personagem, pretendo mudar meu estilo para essa minissérie. Não quero que se pareça com nada que fiz antes. Nasci para desenhar o Batman! Não posso acreditar que estou fazendo isso".
Já Paul Jenkins adora observar pessoas, e vê o Homem Morcego como um dos grandes personagens trágicos da literatura moderna. "Ele presenciou a morte dos pais e passou os melhores anos de sua vida tentando lutar contra o mal, tentando, assim, trazê-los de volta à vida. Ele nunca alcançará seu objetivo, e não entende que é isso o que tenta fazer. Ele vive sob uma nuvem de medo, e se esconde vestindo uma fantasia e arriscando sua vida. Coitado. Eu poderia continuar falando sobre isso por mais uma hora, pois ele é muito interessante. Poderia escrever milhões de histórias sobre Batman", concluiu.