Pele-Vermelha é o nome da aventura de Ken Parker # 26
Chega em breve nas melhores gibiterias do País, a 26ª edição de Ken Parker (formato 16 x 23 cm, 104 páginas, R$ 22,00), da Tapejara. A série de luxuosos álbuns vem republicando todas as aventuras do mais ilustre personagem da dupla Giancarlo Berardi e Ivo Milazzo.
Neste número,no frio inverno de Montana, o exército americano está em guerra contra os dakotas. A ordem é exterminar duas centenas de guerreiros, em resposta ao massacre do posto avançado (episódio 25) promovido por eles, cujo único sobrevivente foi o guia Ken Parker.
A operação dos soldados, no entanto, fracassa. Quando chegam à aldeia, descobrem que os índios haviam lhes enganado e feito o caminho inverso, por outra trilha. Nesse momento, dirigem-se para o forte Shaw, que ficara completamente desguarnecido.
Uma tragédia provavelmente irá acontecer: são 200 peles-vermelhas sedentos de sangue contra 32 militares, além de mulheres, crianças e doentes. No último grupo está Ken Parker, ainda debilitado pelos ferimentos de uma lança e uma flecha.
Numa ação desesperada, o comandante pede a Parker que guie uma caravana, antes que os invasores cheguem e promovam uma carnificina maior. Enquanto isso, os soldados tentarão deter os índios. Para ajudá-lo, seguem apenas dois cozinheiros, um enfermeiro e um ferreiro. Ao descobrirem o plano, parte dos índios segue na captura das carroças que partiram.
Nessa aventura cheia de ação, suspense, crua realidade de um tempo selvagem e um final surpreendente, Berardi explora uma faceta bem menos romântica da conquista do oeste americano. Amparado pelo traço preciosista de Carlo Ambrosini, ele mostra que, naquele tempo, os conceitos de mocinhos e bandidos eram bem mais difusos do que sempre mostraram o cinema e a literatura.
Longe de serem assassinos irresponsáveis e alcoólatras, os índios são motivados à violência extremada como forma de reagir ao massacre de seu povo. Sem nada a perder, numa reação que levará a mais batalhas, eles saem à caça como animais primitivos, do mesmo modo que seus agressores. "Os brancos são loucos", diz um deles. O outro responde: "Mas sempre vencem as guerras". Uma trama para levar o leitor à reflexão.