Filho
de imigrantes judeus, Will Eisner abordou com propriedade o tema judaísmo
em algumas de suas obras. A mais conhecida e premiada é Um Contrato
com Deus (1978), na qual o autor conta histórias reais dos cortiços
onde viveu na década de 30, na comunidade judaica de Nova York.

Já em No Coração da Tempestade (1991) ele narra, além da história
de seus pais, a sua participação na Segunda Guerra Mundial.
Em 2003 o autor abordou novamente o tema em Fagin, o Judeu, seu penúltimo trabalho, que acaba de ser lançado no Brasil pela Companhia das Letras.

A
graphic novel conta a história de Fagin, vilão hebreu do romance
clássico Oliver Twist, escrito por Charles Dickens em 1837. A partir
de uma conversa entre o personagem e Dickens, em que o primeiro narra
sua vida, é traçado um panorama da situação dos judeus na Inglaterra do
início do século XIX.
Misturando crítica social e literária, Eisner procura acertar as contas com o anti-semitismo de Dickens, que em Oliver Twist apresenta Fagin como um estereótipo do judeu mesquinho e avarento. Sobre isso, o mestre quadrinhista expõe seus pontos de vista no prefácio e no posfácio.

Nas 158 páginas de Fagin, o Judeu ainda há reproduções de charges de famosos ilustradores do século XIX, todas selecionadas por Will Eisner.

A obra já está à venda nas livrarias pelo preço sugerido de R$ 29,50.