Pesquisa aponta quadrinhos como instrumento de divulgação científica
Uma
pesquisa para dissertação de mestrado realizada pela bióloga Claúdia Kamel,
do Departamento de Inovações Educacionais do Instituto Oswaldo
Cruz (IOC), investigou o potencial das histórias em quadrinhos
como instrumento de divulgação científica e ensino de ciências em salas
de aula. A pesquisadora analisou o potencial educacional de cerca de 400
histórias em quadrinhos da Turma da Mônica, de Maurício de Sousa.
A dissertação, intitulada Ciências e quadrinhos: explorando as potencialidades das histórias como materiais instrucionais, teve a proposta de verificar se gibis poderiam ser usados como subsídios didáticos para introduzir, elaborar e complementar conhecimentos científicos.
Das 392 edições com personagens da Turma da Mônica analisadas, 274 apresentavam histórias relacionadas a três grupos temáticos que são trabalhados nas aulas de ciências naturais do ensino fundamental brasileiro, com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): ambiente; corpo humano e saúde; e ciência e tecnologia. O tema mais citado foi "ambiente", presente em 162 revistas.
Em entrevista para o boletim eletrônico da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), agência financiadora da pesquisa, Cláudia citou vários exemplos de como estes temas aparecem nos quadrinhos e como podem ajudar na construção do conhecimento científico dos estudantes.
A pesquisa também analisou como as histórias em quadrinhos vêm sendo utilizadas nos livros didáticos da área de ciências. "A pesquisa evidenciou que nos livros didáticos de ciências naturais analisados essa linguagem ainda é muito pouco explorada, o que nos conduz a pensar em estudos posteriores acerca de sua aplicabilidade como elemento articulador em aulas", disse Cláudia.
Mais detalhes sobre as pesquisas podem ser conferidos aqui.