Quadrinhista argentino Liniers fala de sua chegada ao Brasil
O
trabalho do quadrinhista argentino Liniers está, enfim, desembarcando
no Brasil. A
edição mais recente da revista Graffiti 76% Quadrinhos traz
uma amostra do criador. Enquanto isso, a editora Zarabatana prepara
a primeira edição da coletânea de tiras Macanudo,
que sai
até o fim do ano.
Liniers vive um momento especial não só por aqui. A chegada ao Brasil
acompanha uma onda de publicações pelo mundo, em países como a
França, o Canadá e a Espanha.
Na Argentina, seus desenhos estão expostos na mostra
de inauguração Casa L'Inc, um novo espaço dedicado
às boas HQs da Argentina.
Por e-mail, Liniers respondeu a uma breve entrevista do Universo HQ.
É mais um aperitivo para a chegada de Macanudo - e de outros
trabalhos - em território brasileiro.
Universo HQ: Antes de qualquer coisa, seja bem-vindo! Afinal, depois
de várias tentativas com diversas editoras, finalmente seu trabalho sai
no Brasil. Aliás, por que demorou tanto?
Liniers: Eu realmente não sei. Eu queria que meus cartuns
estivessem por aí há um tempo. Minha esposa tem família aí, sua mãe é
brasileira, então queria que eles vissem que eu trabalho como cartunista
mesmo. Eles olham pra mim de um jeito suspeito.
UHQ: Você tem planos de vir ao Brasil? Que tal um Conejo
de Viaje brasileiro?
Liniers: Na verdade, eu vou pro Rio mês que vem porque
um amigo meu vai se casar lá. E eu adoro qualquer desculpa pra fazer festa
no estilo brasileiro.
UHQ:
Quem deveria ser o próximo quadrinhista argentino a lançar um álbum no
Brasil?
Liniers: Acho que vocês deveriam dar uma olhada em Max
Cachimba. Ou Minaverry... ou em Kioskerman.
UHQ: E de quais quadrinhistas brasileiros você gosta?
Liniers: Fábio Zimbres é um herói absoluto pra mim. E
tem Allan Sieber, Iturrusgarai... Angeli!
UHQ: Qual a diferença entre as tirinhas Macanudo e seus outros
trabalhos, como Conejo de Viaje e Cuadernos
1985-2005?
Liniers: Macanudo é meu trabalho diário. É o trabalho
sério. Os outros livros vêm de um desenho simples e constante. Eu nunca
imaginei que eles fossem acabar sendo livros. Eles são frescos e despretensiosos,
e gosto deles por isso. Eles mostram o jeito que eu penso. Por isso, eles
podem acabar saindo bem malucos.