No final da tarde de hoje, o youtuber Chris Piers, do canal Comics Tropes, revelou que conversou com a família do quadrinhista estadunidense Ed Piskor e eles confirmaram que o autor se matou.

Pela manhã, Piskor, de 41 anos, publicou no Facebook uma carta na qual afirma que não tem mais amigos e que se considera uma grande decepção para todos que gostaram dele.

Segundo a mídia norte-americana, uma mulher, que agora tem 21 anos, disse que recebeu mensagens de Piskor quando estava com 17. Na semana passada, ela divulgou, em uma página do Instagram, capturas de tela de uma conversa com o autor.

Nas mensagens, ele usa apelidos para direcionar a jovem e a questiona sobre sua idade. Quando ela afirma ser menor de 18 anos, Ed Piskor a convida para ficar em sua casa quando visitar a cidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.

Após a repercussão das acusações, o autor teve uma exposição de suas artes originais adiada, seus pais viraram alvos de jornalistas em busca de entrevistas e até seu endereço foi divulgado na internet.

Na carta divulgada hoje, Piskor revela a vergonha sentida após as denúncias e também que sofreu linchamento virtual na internet. E admite que nunca deveria ter trocado mensagens com a jovem, que não tinha segundas intenções com ela e concorda que a conversa foi inapropriada.

Piskor disse ainda que publicou seu testamento em um site e que o documento estava autenticado e guardado em uma mesa no seu escritório. E que deixou diversos arquivos em um drive e pediu para seu empresário conseguir bons contratos para ajudar seus pais.

O autor também afirmou que existem diversos quadrinhos biográficos em um caderno na sua casa. E muitas artes originais para serem vendidas.

Além disso, revelou que seu telefone estava com bateria e que socorristas poderiam encontrá-lo com ajuda do rastreamento.

Quem foi Ed Piskor

O quadrinhista ficou famoso com sua parceria com o veterano roteirista underground Harvey Pekar, na série American Splendor. Mas o sucesso veio mesmo com Hip Hop Genealogia, inicialmente publicada em capítulos na revista Boing Boing e depois reunida em livro pela editora Fantagraphics. No Brasil, os três volumes saíram pela Veneta, em 2016, 2019 e 2022.

A obra venceu o Eisner Award na categoria Melhor trabalho baseado na vida real. O sucesso levou o autor a trabalhar na Marvel, pela qual publicou três volumes de X-Men – Grand Design e Quarteto Fantástico – Grand Design, todos lançados aqui pela Panini.