Que fim levou o Batman?
Atenção: o texto abaixo contém informações sobre histórias da
DC Comics ainda inéditas no Brasil, e pode estragar o prazer da sua leitura
no futuro.
Depois
de seis meses,
chegou ao final, na revista Batman # 681, o arco Batman
R.I.P., de Grant Morrison.
Parafraseando a famosa declaração francesa usada na coroação de Carlos
VII: Batman morreu! Vida longa para o Batman! Esta história foi,
de certa forma, a crônica de uma morte anunciada, graças tanto ao exagero
do marketing da DC
Comics, quanto à cobertura da mídia especializada norte-americana.
Desde 2007, já haviam vazado rumores que Batman poderiam morrer. O alarde
foi tanto que a trama sofreu com o problema de uma enorme expectativa
por parte tanto da crítica quanto dos leitores.
Mas o excesso
de informações e o peso enorme das expectativas não são o único problema.
Não se trata de um herói de quinta categoria, mas sim do Batman, um dos
carros-chefes da DC há décadas e que em 2008 faturou
um bilhão de dólares no cinema.
Será que algum leitor mesmo acredita que a DC realmente
matou o Batman?
Para complicar ainda mais, esta não foi a primeira vez - e nem será a
última - que "morreu" um herói importante. O Super-Homem já foi e voltou.
Além disso, o Homem-Aranha foi substituído por vários personagens antes
de reassumir seu posto tradicional. E, recentemente, o Capitão América
foi assassinado - e embora tenha sido substituído, os leitores ainda acreditam
que Steve Rogers voltará a usar o uniforme azul, vermelho e branco. O
próprio Homem-Morcego já ficou paralítico e foi trocado por outro herói
por uns tempos.
O leitor de super-heróis possui um cinismo que o impede - salvo raríssimas
exceções - de acreditar que o Batman morreu, principalmente quando o próprio
desfecho da trama deixa margem para dúvidas.
Mas se esta era uma história tão importante para o personagem e para a
DC, com roteiro de um artista de destaque como Grant Morrison,
por que a editora não deu a ele um desenhista do mesmo gabarito?
Tony Daniel é um artista mediano, na melhor das hipóteses, sem grande
brilho. E os roteiros complexos de Morrison exigem alguém capaz de criar
uma narrativa visual mais elaborada.
O próximo passo será de Neil Gaiman e Andy Kubert, numa
história de duas partes que apesar do título, pode não revelar "O que
aconteceu com o cruzado encapuzado".
A resposta para esta e outras questões devem ser exploradas nos próximos
meses.