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Revista Cabaret é lançada hoje. Leia entrevista com os autores

4 junho 2009

CabaretAno
passado, foi Powertrio
- que concorre ao HQ Mix deste ano.

No começo deste ano, saiu Overdose.

Na noite de hoje, a trilogia Sexo, Drogas & Rock'n'Roll chega ao
seu fim, com o lançamento de Cabaret - que será realizado no bar
A Toca (Av. Lima e Silva, 1255), em Porto Alegre, a partir das
19h30min.

O projeto em três partes é feito por três autores: Eduardo Medeiros (Sopa
de Salsicha
, Wood&Stock; - O filme), Mateus Santolouco (Rampaging
Wolverine
, Dark Reign: Lethal Legion) e Rafael Albuquerque
(Superman/Batman, Besouro Azul). Cada um desenha oito páginas
de cada edição - além de trabalhar em muitos outros projetos simultaneamente.

A história, contudo, é a mesma, com linhas narrativas que se complementam.
Tudo está no mesmo universo ficcional: o Mondo Urbano.

A sobreposição de traços e estilos é o que transformou a trilogia em um
dos projetos mais interessantes dos quadrinhos independentes dos últimos
tempos.

Esta semana, Rafael conversou com o Universo HQ por um programa
de mensagens instantâneas. A certa altura, Mateus foi adicionado ao papo,
cujos principais trechos estão abaixo.

Universo HQ: Como vocês acham tempo pra fazer tudo o que fazem?

Rafael Albuquerque : Bom, não é fácil mesmo. Mas no Mondo
Urbano
são apenas oito páginas por artista, e isso pra fazer em três
ou quatro meses. A gente acaba produzindo nos finais de semana, ou quando
está esperando roteiros da Marvel ou da DC.

UHQ: E como é chegar ao fim?

Rafael: É um alívio, de certa maneira. Fica a sensação de dever
cumprido. A gente fez o que se propôs, e conseguiu terminar. Estou muito
orgulhoso do resultado.

CabaretUHQ:
Como o projeto surgiu? Aliás, como chegaram a esse formato?

Rafael: Eu, o Edu e o Mateus nos juntamos um dia, com a ideia
de fazer uma HQ na qual pudéssemos utilizar nossos estilos diferentes
de uma maneira que funcionasse narrativamente. Acabamos criando uma história
bem maior do que tínhamos em mente. Tem material pra um livro de 100,
130 páginas...

Mas estávamos muito ansiosos pra ver isso pronto, então o Edu sugeriu:
"Vamos fazer uma revista pequena, com o rock como tema, pra servir como
laboratório".

Aí começamos a pensar que seria legal que as histórias da revista estivessem
conectadas no mesmo universo que já havíamos criado. E assim surgiu o
embrião da proposta do Mondo Urbano.

O que era pra ser apenas uma revista acabou virando três, e foi assim
que surgiu o
Sexo, Drogas e Rock'n'Roll.

UHQ: Atualmente, por trabalhar pro exterior, a maior parte do que fazem
é traço mesmo, com roteiro de outras pessoas. É diferente desenhar o próprio
roteiro?

Rafael: É, claro. Nosso processo, na verdade, não inclui um
roteiro escrito. A gente troca uma ideia pra saber qual a espinha dorsal
da historia. e cada um já parte pro lápis.

Não escrevemos um roteiro formal, sabe? Os diálogos são pensados quase
ao mesmo tempo em que desenhamos. É muito diferente da linha de montagem
de se trabalhar pra uma revista gringa.

Essa é uma maneira bacana de fazer porque, apesar de ser uma história
só, cada um pode contar a sua parte de uma maneira bem pessoal. E isso
enriquece o projeto.

UHQ: Uma coisa que chama a atenção é a impressão em cor. Como escolhem
a cor de cada edição? E, aliás, qual será a de Cabaret?

Rafael: Cabaret vai ser bordô. As cores são escolhidas
mais ou menos de acordo com o tema, e com a sensação que elas nos passam.
Por mais "cabeça" que isso soe, é mais ou menos como funciona.

Cabaret
O roxo, de
Powertrio, tem uma inspiração direta nas capas roxas
do
Jimi Hendrix Experience. O verde, do Overdose, me passa
uma sensação de algo venenoso, o que funciona bem em uma revista com temática
de drogas.

Cabaret acaba sendo a mais óbvia, porque o bordô acaba sendo a
cor da paixão.

Opa, vou convidar o Mateus aqui pro bate-papo, ele tá no MSN.

UHQ: Ótimo, pois a próxima pergunta tem a ver com ele. Vocês são um
caso raro de quadrinhista brasileiro que trabalha para Marvel e DC, mas
por enquanto são mais conhecidos no Brasil pelo trabalho que fazem aqui.

Mateus: Acho meio difícil medir isso, mas ao que me parece temos
tido mais espaço na mídia pelo que fazemos no Mondo Urbano. É possível
que isso aconteça porque nosso trabalho pros gringos demora a chegar aqui.

UHQ: A Panini não publicou o Besouro Azul com arte do Rafael...

Rafael: Pois é, uma pena... Nunca saiu nada do que fiz pra DC
no Brasil. Quem sabe agora, em
Superman/Batman?

UHQ: E agora que acabou a trilogia, o Mondo Urbano termina ou vocês
têm algum novo projeto?

Mateus: Temos, sim. O Mondo Urbano continua... A trilogia
funciona, de certa forma, como uma introdução ao universo que estamos
criando.

Rafael: A ideia é continuar com as conexões entre os personagens,
mas apresentando histórias diferentes...

Cabaret
UHQ: Qual o papel desse trabalho mais autoral na vida de vocês?

Rafael: Terapia.

Todos : Ha, ha, ha.

Mateus: Também acho que seja mais ou menos isso

Rafael: Porque trabalhar pra fora, naquela linha de montagem de
que falávamos, é muito desgastante. Eu gosto também, mas criativamente
é muito mais limitado. Esses projetos acabam sendo uma válvula de escape.

Mateus: É o momento em que a gente pode tomar as rédeas do nosso
trabalho e direcionar aonde a gente realmente quer chegar.

UHQ: E como vocês veem o futuro do Mondo Urbano?

Mateus: Queremos levar o Mondo Urbano pra fora, isso
meio que sempre esteve presente.

Rafael: A ideia é aumentar, mas não exatamente pra ganhar dinheiro.
Se ganhar, ótimo.

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