Rich Johnston crítica as manchetes sobre as vendas de Justice League #1
O jornalista inglês Rich Johnston, do site Bleeding
Cool, reclamou da maneira que a boa vendagem de Justice League
#1, a primeira revista da nova fase da DC
Comics, está sendo retratada na imprensa dos Estados Unidos.
A DC Comics divulgou no blog The Source, em 12 de setembro, que Justice League #1 (primeira edição) vendeu mais de 200 mil exemplares e que já era revista em quadrinhos mais vendida de 2011. Diversos sites especializados reproduziram a notícia.
O que incomoda Johnston é a distorção dos fatos. E a verdade é que distorções
como essa realizada pela DC Comics, ignorando tanto as HQs
fora do mercado direto como o resto do mundo, são muito comuns nos Estados
Unidos, não apenas por parte da imprensa, mas também por parte das
editoras.
Johnston não duvida dos números, nem que Justice League #1 é o título mais vendido pela Diamond Comics no mercado direto estadunidense. O que ele critica é que não se trata da revista em quadrinhos mais vendida do ano.
O jornalista inglês cita os encadernados de Walking Dead, vendidos
nas livrarias e não nas comic shops; os álbuns europeus de séries
como Asterix e Tintim; e os diversos títulos de mangá no mercado
japonês.
Por causa dessas afirmações, foi duramente criticado. Ele teve que citar
o óbvio para se defender, explicando que as histórias em quadrinhos não se
limitam a revistas no formato comic book padrão, de aproximadamente
32 páginas com encadernação grampeada. Existem HQs publicadas como livros,
álbuns, revistas de formatos diversos, com lobada quadrada, costurada etc.
Ou seja, ele teve que dizer aos leitores e editores estadunidenses que existe
todo um universo de histórias em quadrinhos não apenas das comic shops,
mas fora dos Estados Unidos.
Para fechar o argumento com um exemplo concreto, Johnston escreveu outro artigo
no qual cita que a revista Turma
da Mônica Jovem #34, publicada em maio de 2011, vendeu 500 mil exemplares
por causa do namoro entre os personagens principais e que o título vende mensalmente
cerca de 400 mil cópias.
O site Newsarama não criou uma polêmica direta com a DC Comics, mas publicou um artigo no qual lista as dez revistas em quadrinhos mais vendidas da última década. Embora fique implícito que se trata de uma listagem de edições no formato comic book, é mais uma distorção que ignora completamente as HQs fora do mercado direto e todas as publicações do resto do planeta.
Todas as revistas da lista venderam bem mais que 200 mil exemplares.
Crise de Identidade #1, o décimo item da lista, foi publicado em 2004 e vendeu 242 mil unidades; Justice League of America #1 (outro relançamento da revista da Liga da Justiça), de agosto de 2006, vendeu 250 mil cópias; a morte do Capitão América, em Captain America #25, de 2007, vendeu 317 mil cópias.
O título que ficou no topo foi Amazing Spider-Man #538, publicado em janeiro de 2009 e que trazia na capa Barack Obama ao lado do Homem-Aranha. Esta edição vendeu 530 mil exemplares.
Apesar de todas as distorções, 200 mil exemplares é, sem dúvida,
um bom número - isso sem levar em conta que duas novas tiragens da revista
já foram feitas - e um ótimo resultado para uma revista que estava com dificuldades
para passar mensalmente da casa das 100 mil cópias. Mesmo que não seja
a HQ mais vendida do ano, é uma bom largada para a nova DC Comics.