Seis anos depois, Zé Gatão está de volta, agora pela Via Lettera
Numa
empreitada bastante corajosa, em 1997, o desenhista paulistano (hoje radicado
em Brasília, mas de partida para Recife) Eduardo Schloesser lançou, em
algumas comic shops do Brasil, um álbum independente de seu personagem
Zé Gatão.
O protagonista vive num mundo onde todos os seres são híbridos - cabeças
de animais em corpos humanos. Ele é um personagem extremamente forte que,
entediado com a vida, resolve sair pelo mundo para espairecer. O problema
é que Zé Gatão é um verdadeiro imã de encrencas!
No entanto, após esse ousado começo, criatura e criador ficaram sumidos.
Nesse período, Zé Gatão só pôde ser visto aqui mesmo no Universo HQ,
na HQ Online Pinturas
de Guerra, em 2001. Enquanto isso, Schloesser emprestou seu belo
desenho para trabalhos em outras áreas e fez até quadrinhos
pornográficos, para permanecer no mercado.
Mas agora, seis anos depois, o autor está de volta, com o devido destaque,
em Zé Gatão - Crônicas do Tempo Perdido (formato 16 x 23 cm, 120
páginas em preto e branco, R$ 26,00), que a Via
Lettera acaba de lançar nas livrarias e gibiterias do País.
Como no álbum de estréia, as aventuras de Zé Gatão são permeadas de erotismo
e cenas fortes, bastante violentas. No traço detalhado de Schloesser,
isso chama ainda mais a atenção.
As histórias deste álbum foram feitas entre 1995 e 1998. Mas engana-se
quem pensa que o autor abandonou Zé Gatão desde então. Schloesser já tem
quatro novos livros prontos para serem publicados. Trata-se de uma trilogia,
cujo primeiro tomo chama-se Memento Mori, e um volume só com HQs
curtas do personagem.
Pela boa receptividade que o álbum está tendo em algumas comic shops,
a esperança é que agora o leitor não tenha que esperar tanto tempo para
ler novas aventuras de Zé Gatão.