Aviso aos leitores: este artigo lida com fatos do projeto Before Watchmen, divulgados na mídia norte-americana, que ainda são inéditos no Brasil. Por isso, aborda acontecimentos que certamente podem prejudicar o prazer de sua leitura no futuro.

Parece que os rumores de que a DC Comics havia convidado vários veículos de comunicação para fazer uma apresentação das minisséries de Before Watchman eram verdadeiros. Os sites Comic Book Resources, IGN, MTV Geek News, Comic Vine e Man Cave Daily publicaram suas primeiras impressões sobre as histórias, que começam a ser publicadas em junho, nos Estados Unidos.

Apesar de toda a controvérsia envolvendo o projeto, por conta das desavenças com Alan Moore, a opinião geral é que se trata de um material bastante sólido e transparece o enorme respeito que os criadores possuem pela história original.

Os sites tiveram acesso a todas as edições # 1 de cada minissérie e algumas da segunda edição, com a arte em diferentes estágios de desenvolvimento. As minisséries mais elogiadas foram do Minutemen, Espectral e Comediante, mas que todas possuem qualidades e são válidas para serem lidas. Além disso, a arte de todas as sete minisséries receberam grande destaque.

Em Minutemen, Darwyn Cooke captura muito bem o clima da década em que a história dos Minutemen se passa e serve como uma fantástica introdução a esses personagens, com uma ótima história de origem.

Já a história da Espectral foi descrita várias vezes como "surpreendentemente divertida", o que difere muito do tom sério da graphic novel original e por isso pode surpreender a expectativa de muitos leitores. A trama explora bastante o relacionamento entre mãe e filha.

A primeira edição da minissérie do Comediante se passa na década de 1960, com a participação de diversas personalidades e várias referências à cultura pop da época. O escritor Brian Azzarello estabelece a participação de Edward Blake em diversos momentos históricos importantes, seja na guerra do Vietnã ou no campo político.

Com o Coruja, a trama promete uma forte carga dramática, apresentando uma história trágica. Dan Dreiberg é apresentado como um grande fã do Coruja original e, quando conhece Hollis Mason, é mostrada a transição de fã para herdeiro do legado do herói.

Para o Ozymandias, a arte de Jae Lee roubou a cena em todas as resenhas, sendo muito elogiada. Detalhes da adolescência do personagem serão mostrados enquanto estabelece a enigmática personalidade de Andrian Veift como uma criança-prodígio.

Na minissérie do Rorschach, um visual muito sombrio apresentando uma cidade de Nova York suja e decadente, com uma sociedade afundada nas drogas e pornografia. É descrita como Azzarello capturando a pura essência do personagem da mesma maneira como apresentada por Alan Moore, com temas adultos, violência e uma "arte fenomenal" de Lee Bermejo.

A edição que teve menos detalhes apresentados foi a do Dr. Manhattan, pois as páginas estavam em preto e branco e sem texto. Entretanto, pelos desenhos a trama parece ser quase uma biografia do personagem, ao menos na edição da estreia.

Enquanto isso, o editor Dan DiDio foi entrevistado pelo jornal The Guardian a respeito do projeto. "Sabíamos que haveria muitas preocupações e perguntas sobre o que estávamos tentando fazer. Acima de tudo, queríamos que essas revistas pudessem se destacar pelos seus próprios méritos e força criativa", disse. "Até mesmo dentro de nossa equipe tivemos problemas com o assunto e não iremos nos esconder de toda a controvérsia. Acreditamos no produto que estamos lançando e vamos defendê-lo."

DiDio também disse que, enquanto as minisséries individuais poderão ser lidas separadamente, a força delas estará no conjunto das obras.

Sobre a reação de Alan Moore, o editor disse entender. "Eu entendo como possa estar se sentindo, pois esse é um projeto muito pessoal para ele. Moore tem uma longa e ilustre carreira e defende os trabalhos que criou. Mas o material falará por si mesmo. Se ele tiver a chance de ler as histórias, espero que olhe para elas com a mente aberta e entenda que essa é uma carta de amor à sua criação. Mais do que isso, que a força de seu trabalho está permitindo a outras pessoas crescer e contar histórias que poderão inspirar outros criadores. Ele mesmo foi inspirado por muitos profissionais em sua juventude e esperamos que essas ideias e as revistas inspirem novas pessoas e, assim, podermos continuar fazendo crescer essa indústria como um todo".

Confira também a capa alternativa de Jim Lee para Before Watchmen: Minutemen # 1, já finalizada, e a arte em preto e branco do artista para a capa alternativa de Before Watchmen: Comediante # 1.