Super-heróis são tema de pregação em igrejas evangélicas nos EUA
O norte-americano H. Michael Brewer é um colecionador de quadrinhos de super-heróis há mais de quatro décadas. É fã incondicional de Demolidor, Quarteto Fantástico, Batman e Superman, só para citar alguns de sua lista de preferência.
Para completar tamanha adoração, em novembro do ano passado lançou um livro
sobre o tema, Who Needs a Superhero? Finding Virtue, Vice and What's
Holy in the Comics (Quem Precisa de um Super-Herói? Encontrando
Virtude, Vício e o que for Santo nos Quadrinhos), no qual eleva os
supertipos dos quadrinhos à categoria de divindades e ainda os compara
a entidades bíblicas (uma capítulo que versa sobre o Superman, por exemplo,
mostra incríveis semelhanças entre o Homem de Aço e Jesus Cristo).
Mas o que chama atenção em Brewer é o fato de que este senhor de 51 anos é pastor da igreja presbiteriana Crescent Springs, em Villa Hills, Kentucky, e professor adjunto de religião na universidade do estado.
O mais impressionante é que, apenas nove meses após o lançamento do livro, a publicação se tornou uma espécie de bíblia utilizada nas pregações em diversas igrejas espalhadas pelos Estados Unidos, segundo reportagem divulgada dia 19 de julho pelo jornal Kentucky Herald.
Como exemplo, a matéria cita o também pastor presbiteriano Andy McClung, da igreja First Cumberland, em Savannah, Tennessee, que nos batizados tem feito sermões baseados no Homem-Aranha, terminando as sessões com a famosa frase "Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades".
Ainda mais longe vai Joshua Combs, ministro do templo batista Faith, em Waterford, Michigan, que após ler o livro de H. Michael Brewer, está há seis meses pregando às crianças vários ensinamentos com base no universo de Batman.
Para Combs, o vilão Duas-Caras é como Satanás, que se mostra com duas faces; o Coringa serve para mostrar que o "pecado não é nenhuma piada"; e Batman, carregado por uma culpa que o conduz a tentar salvar o mundo, "ajuda a compreender a necessidade de se confiar em Deus em lugar de nós mesmos".
Santas palavras, diria um certo Menino-Prodígio.