O que quer que esteja por trás de ações malucas desse tipo, é coisa para
psiquiatra explicar. Mas a verdade é que praticar crimes usando nomes
e fantasias
de super-heróis dos quadrinhos vem se tornando bem corriqueiro.

E não é só nos Estados Unidos, onde tem acontecido o maior número de ocorrências
registradas. Agora, a moda parece que está chegando também à Europa. Nos
últimos meses, pelo menos dois casos ganharam repercussão internacional.

O primeiro aconteceu na Inglaterra. Entre março e abril, várias escolas
do distrito londrino de Craydon viveram aterrorizadas por uma pessoa fantasiada
de Homem-Aranha, que contou com o auxílio de dois cúmplices (já batizados
pela imprensa como Flama e Homem de Gelo, formando o trio de personagens
da Marvel que estrelou uma série de desenhos animados na década
de 1980).

Eles roubaram dinheiro, celulares, games e tudo o mais que encontravam
em posse dos estudantes e professores. Há poucos dias, porém, a polícia
finalmente prendeu os assaltantes. Outro detalhe é que, em alguns assaltos,
o "aracnídeo", que tem apenas 17 anos, usou uma máscara do Zorro.

Mas é em Hamburgo, na Alemanha, que um grupo de fantasiados vem ganhando
mais notoriedade. Formado por cerca de 30 pessoas, o Hamburg Umsonst
é regido pelo idealismo de Robin Hood e tira dos ricos para dar aos pobres.

A equipe deve ser encaixada na categoria dos vilões, mas seus membros
se consideram heróis. E originais, pois os nomes e uniformes são criação
deles próprios.

Os supermercados e as lojas de conveniência são os alvos preferidos do
Hamburg Umsonst, que rouba alimentos e outros produtos para serem
distribuídos entre a população pobre da cidade. O que não impede, segundo
testemunhas, integrantes da equipe de comerem no local do assalto alguns
doces e chocolates saqueados.

Após cada ataque, os ladrões ainda se dão ao luxo de fazer excentricidades
como posar para fotos e deixar bilhetes na cena do crime, com dizeres
do tipo "Sem as habilidades de um super-herói, é impossível sobreviver
na cidade dos milionários".

No último dia 23 de junho, o grupo voltou a atacar. A polícia chegou tarde
demais ao local da ocorrência, e mesmo disponibilizando 14 viaturas e
um helicóptero na busca, não conseguiu recuperar nenhum produto roubado
ou prender um único assaltante. Coisa de gibi...