Telê Santana nos quadrinhos Disney
O
futebol brasileiro está de luto desde o dia 21 de abril. A morte do ex-técnico
Telê Santana levou embora um dos últimos românticos do esporte bretão
no Brasil, afeito ao jogo limpo e disputado como se fosse a preparação
de uma obra de arte.
A vitoriosa carreira de Telê nos clubes que treinou contrasta com suas passagens pela Seleção Brasileira, que encantou o mundo, mas não conquistou nenhum título. O mesmo, porém, não se pode dizer de sua participação nos quadrinhos Disney.
Em 1982, quando assumiu o selecionado do Brasil pela primeira vez, lá estava ele contracenando com o Zé Carioca nos gibis do papagaio caloteiro. Ao lado do personagem, o treinador foi bastante pé-quente, ao contrário da pecha que, injustamente, lhe acompanhou durante boa parte de sua carreira após a Copa daquele ano.
Nas aventuras, o Brasil sempre encontrava um jeito de chegar à final da Copa, naquele ano disputada na Espanha. E por que seria diferente, levando-se em conta que entre os jogadores havia Zico, Sócrates, Falcão e tantos outros craques incontestáveis? O resultado nunca foi mostrado, mas o leitor alimentou a esperança de que tudo sairia bem. Afinal, o Zé Carioca, com suas artimanhas, ajudara a seleção canarinho a chegar até ali.
Como se sabe, na vida real não aconteceu assim. Entretanto, quatro anos depois, na Copa de 1986, Telê Santana estava novamente no comando do escrete nacional em busca de redenção. Também foi assim nos quadrinhos, e ele voltou a aparecer nas aventuras do Zé Carioca.
Na história Cê güenta eles, Brasil?, da edição especial Olé, Brasil!, publicada pela Editora Abril em maio de 1986, sua participação foi breve, mas o suficiente para acatar uma sugestão do papagaio malandro e colocar a Escola de Samba Vila Xurupita em campo, antes de um jogo, para fazer a Seleção jogar "em ritmo de samba".
Entretanto, um mês antes, em Zé Carioca # 1775, Telê Santana foi um personagem bem ativo e realizou o sonho (dele e de milhões de brasileiros) de conquistar a Copa do Mundo. Tudo bem que muito se deveu àquele papagaio, que integrou a delegação brasileira e, com estratégias fantásticas - como o incrível posicionamento tático chamado de "gangorra tupiniquim", aludindo ao histórico "carrossel holandês" -, foi fundamental para a chegada do tão aguardado tetracampeonato.
Inesquecível, assim como Telê Santana. E os quadrinhos Disney, como também o futebol, estão eternamente gratos por tantos momentos de diversão e alegria.