Tintim entra no acervo do George Pompidou
Um
original em preto-e-branco da prancha 12 de O Caso Girassol, o
18º álbum das aventuras de Tintim, tornou-se a primeira história em quadrinhos
a constar da coleção do Centre George Pompidou, em Paris. A página
foi doada por Fanny Rodwell, viúva do quadrinhista belga Hergé, criador
do personagem.
O fato tem uma importância memorável para as HQs: especializado em arte contemporânea, o Pompidou é um dos museus mais prestigiados do mundo. Seu acervo, rigoroso e seleto, inclui 60 mil obras de artistas do naipe de Pablo Picasso, Andy Warhol, Marcel Duchamp, Yves Klein, Wassily Kandinsky, e Jackson Pollock.
A inclusão corrige um erro histórico, reconhecido pelo próprio curador do museu, Laurent Le Bon. Afinal, a instituição vinha deixando de lado toda a tradução dos quadrinhos franco-belgas, um enorme patrimônio cultural do país.
"Pode-se dizer que Hergé é um pioneiro, e que Tintim, mais uma vez, apontou o caminho", disse ao jornal francês Figaro Benoit Peers, outro curador do Pompidou.
A presença de Tintim no Beaubourg, porém, não é de hoje. Ano passado, quando completou 100 anos, o intrépido jornalista foi tema de uma grande exposição no museu.
A página entrou em exposição na sexta-feira, dia 23. No Brasil, O Caso
Girassol foi publicado recentemente na coleção do selo Cia. das
Letras.
Quanto ao Pompidou, os brasileiros puderam conhecer parte de seu acervo em 2001, quando a magnífica exposição Parade, dedicada à arte francesa do século 20, ocupou a Oca do Parque do Ibirapuera, em São Paulo.