Triste fim de Policarpo Quaresma, mais um clássico da literatura em quadrinhos
Já está à venda em livrarias e comic shops o álbum Triste fim
de Policarpo Quaresma (formato 21 x 28 cm, 72 páginas, R$ 44,90), da
Desiderata.
O romance escrito por Lima Barreto em 1911 foi adaptado para os quadrinhos
por Flávio Braga (roteiro) e Edgar Vasques (arte).
No release da obra, a Desiderata diz que resolveu se antecipar ao centenário deste clássico da literatura brasileira. No entanto, não é difícil deduzir que foi uma estratégia muito bem pensada. Afinal, os livros que serão adotados por planos governamentais de apoio à leitura em 2011 serão escolhidos ainda este ano.
E com a inclusão cada vez maior de adaptações em quadrinhos, e contando com o advento do centenário de Triste fim de Policarpo Quaresma, as chances deste trabalho da Desiderata ser adotado aumentam muito.
Especialmente porque o álbum tem qualidade. Em seu blog
(que, aliás, merece ser visitado com frequência), o veterano Edgar Vasques,
de Rango, Tangos
& tragédias, Analista
de Bagé etc., escreveu que este foi o trabalho em quadrinhos que
mais lhe exigiu: "Foram três meses de pesquisas e um ano e quatro meses desenhando
as 60 páginas full color (em aquarelas).
Triste fim de Policarpo Quaresma foi publicado inicialmente em folhetins, entre agosto e outubro de 1911, no Jornal do Commercio. O romance de Lima Barreto é uma crítica aos costumes da sociedade brasileira da época - quando o Brasil ainda engatinhava na República.
Policarpo tinha ideias tão ousadas e ufanistas, que inevitavelmente gerava diversas situações cômicas. Todas respeitadas pelo roteiro de Flávio Braga. Estão no álbum: a internação no hospício, a derrota para as formigas saúvas, o alistamento militar na Revolta da Armada e outras passagens.
O álbum Triste fim de Policarpo Quaresma inaugura o selo Grandes clássicos em graphic novel, que, em breve, publicará outros textos literários famosos e importantes em formato de quadrinhos.
Vale lembrar que esta não é a primeira vez que a obra de Lima Barreto é transposta para a arte sequencial. Também é possível encontrar as versões da Escala Educacional (formato 17 x 24 cm, 64 páginas, R$ 23,90), escrita por Ronaldo Antonelli e desenhada por Francisco Vilachã, e da Companhia Editora Nacional (formato 18 x 26 cm, 72 páginas, R$ 19,90), com roteiro e arte de Lailson Cavalcanti, que inclusive concorreu ao HQ Mix de Melhor adaptação para os quadrinhos de 2008.