Um brasileiro em Bruxelas no centenário de Hergé
O
leitor Marcelo Fontana esteve na Bélgica, mais especificamente na cidade
de Bruxelas, por ocasião do centenário do nascimento de Hergé (pseudônimo
de Georges Remi).
Fã de quadrinhos e de Tintim, principal criação do autor, ele entrou em
contato com o Universo HQ, para compartilhar a experiência de estar
no local numa data tão marcante.
Segue abaixo o relato de Marcelo contando como é estar numa cidade que
respira quadrinhos. Confira:
"Eu não programei a data e, na verdade, o motivo da viagem nem foi
quadrinhos, mas por uma feliz coincidência para um aficionado pela Nona
Arte, eu estava em Bruxelas justamente no dia dos cem anos de Hergé.
Hergé,
ou Georges Remi, nasceu em Bruxelas em 22 de maio de 2007, tendo falecido
em 1983. Em 1929 criou seu mais célebre personagem e uma das principais
figuras dos quadrinhos mundiais: o repórter aventureiro Tintim (pronuncia-se
'tantan'), que protagonizou 24 álbuns ao lado de seu cão Milu.
Na Bélgica, a figura de ambos é muitíssimo cultuada e até mesmo se
misturam, dando um status de celebridade também ao personagem. Para fazer
uma comparação, de maneira geral, Hergé e Tintim são como se fossem o
Pelé da Bélgica.
Mas isso não seria por acaso. Os belgas gostam de Bande Dessinée (como
eles chamam as Histórias em Quadrinhos) tanto quanto o brasileiro gosta
de futebol.
Toda
a Bruxelas respira quadrinhos, e isso nem é por se tratar de uma data
comemorativa, porque as HQs estão em todas as partes: em cada quarteirão
há uma livraria especializada e as fachadas de vários prédios do centro
da cidade são decoradas com belos painéis retratando personagens franco-belgas.
Até mesmo na Catedral de Bruxelas, entre imagens sacras, pode-se deparar
com uma HQ.
As comemorações do centenário de Hergé ocuparam os principais espaços
culturais de Bruxelas e também vários lugares públicos, como estações
de metrô e ruas. Como, infelizmente, o tempo era curto (além de cumprir
alguns compromissos, cerveja e chocolates belgas são imperdíveis), escolhi
visitar o que considerei ser as duas principais exposições, a da Galeria
do Hotel de Ville, localizado na belíssima Grand' Place, e a exposição
do Museu Belvue, onde ocuparam alguns aposentos do palácio real e o sítio
arqueológico de Coudenberg (datado oficial dos séculos XIII a XVI).
Não podia, também, deixar de comprar alguns álbuns do Tintim na loja
oficial, por quatro euros. Por tudo, valeu a oportunidade de estar em
Bruxelas, principalmente numa data tão especial para a cidade e para os
quadrinhos.