Um Ken Parker violento na trama A Dois Passos do Paraíso
Na calorenta Nogales, no México, Ken Parker está irreconhecível. Ele tem
uma explosão de fúria porque a cerveja que lhe serviram no bar não está
do seu agrado.
Depois de insultar o dono do local, esbraveja contra todo
o povo mexicano, numa explícita demonstração de racismo. Ofendido, o taberneiro
tenta esmurrá-lo. Parker vence a luta, mas acaba preso porque não tem
dinheiro para pagar o suborno exigido pelo delegado.
Depois de espancado, é atirado numa cela, onde encontra o compatriota
Paul Sherwood, um garoto de 22 anos que está na cadeia há um mês.
O jovem se diz vítima de uma armação por ter se envolvido com a filha
do "verdadeiro" dono da cidade, Lopes Cardona, proprietário das maiores
e melhores terras da região.
Vem, a seguir, uma surpreendente reviravolta que justifica o comportamento
nada convencional do herói no início da história. O que parece ser um
belo caso de amor rui como um castelo de cartas, numa trama amarga em
que, mais uma vez, Berardi recorre a elementos de intensa dramaticidade
para tratar com elegância as relações humanas e o temperamento imprevisível
das pessoas.
Ken Parker #43 apresenta a história A Dois Passos do Paraíso,
com argumento de Giancarlo Berardi, roteiro de Maurizio Mantero e arte
de Giorgio Trevisan. O título é uma publicação da Editora Tapejara.