Van Gogh estrela álbum de quadrinhos na Europa
O holandês Van Gogh era um homem depressivo, que não possuía talento algum para a pintura. Pior: toda a fama que lhe atribuíram era, na verdade, mérito de outro artista.
Calma, este texto não é nenhuma heresia ou ofensa ao mestre das telas. Trata-se apenas do plot de Vincent e Van Gogh, álbum lançado em Portugal pela Witloof e que, em outubro, levou o prêmio de melhor álbum estrangeiro no Festival de Bandas Desenhadas de Amadora.
Na história, o responsável pelas obras de Van Gogh é um gato chamado Vincent, que pertence a uma linhagem de nobres e talentosos felinos - um de seus ancestrais teria pintado as grandes obras de Rembrandt; e seu avô era o verdadeiro autor dos quadros de Delacroix.
Lançado originalmente na França, pela Delcourt, o álbum é de autoria do iugoslavo Gradimir Smudja e, apesar do tom satírico, presta uma grande homenagem a Van Gogh e a toda a pintura, de modo geral.
O autor, um apaixonado por gatos, conduz o leitor pelos caminhos do famoso pintor nos seus últimos anos de vida, antes de cometer suicídio, em 1890. Passando por Paris, Arles, Saint-Rémy, Auvers-sur-Oise, Smudja, Smudja introduz na trama outros mitos desta arte, como Gauguin, Monet e Toulouse-Lautrec.
O mais interessante é que o talentoso iugoslavo permeia o livro com reproduções das telas de Van Gogh, criando um belíssimo casamento entre quadrinhos e pintura.