Warner vai reformular o Super-Homem
Numa
entrevista ao jornal The Wall Street Journal, Jeff Robinov, presidente
da Warner Bros., afirmou que o estúdio vai reformular
o Super-Homem para o cinema.
A Warner tinha grandes planos para o personagem, incluindo
o tão falado filme do Batman com o Super-Homem, mas Superman
Returns, de Bryan Singer, não levou ao cinema o volume de publico
necessário, nem fez a bilheteria esperada. Por isso o estúdio vai simplesmente
começar do zero.
Daqui para frente, a maioria dos filmes de super-heróis da DC
será mais sombrio, como o Batman, cujo longa-metragem mais recente já
faturou quase 500 milhões de dólares.
Um Batman mais sombrio faz sentido. O personagem sempre teve este espírito
nos quadrinhos (com deslizes na década de 1950), e depois de O Cavaleiro
das Trevas, de Frank Miller, ele apagou as luzes e ficou na escuridão.
A decisão do estúdio parece refletir um problema paradoxal bastante comum,
tanto na Marvel
Comics quanto na DC
Comics. Já faz certo tempo que ambas as editoras usam a política
do "mais sombrio" para a maioria dos personagens que precisam recomeçar
suas aventuras, na esperança de que isso funcione. E nem sempre
é o caso.
Mas basta olhar para as vendas das revistas e a opinião da crítica para
perceber que esta pode não ser a solução mais acertada. As atuais revistas
do Super-Homem têm bastante ação e estão em boa fase, mas não são mais
sombrias. Elas têm roteiros melhores e boa arte. E a espetacular All
Star Superman (Grandes Astros Superman), de Grant Morrison
e Frank Quitely, é exatamente o contrário desta idéia de que super-heróis
mais realistas, soturnos e sombrios, são a solução.
Morrison
revisitou a Era de Prata do Super-Homem, pegando as idéias mais estapafúrdias
do período, e transformou o título numa das revistas mais interessantes
dos últimos dois anos.
A Warner vai seguir o modelo da Marvel,
com um filme para cada personagem, que parece estar funcionando, apesar
dos erros esporádicos.
Estão em vários estágios de desenvolvimento os projetos para adaptação
de Lanterna Verde, Flash, Arqueiro Verde (cujo enredo se passa numa prisão)
e Mulher-Maravilha. E se as palavras de Robinov forem para valer, todos
serão mais sombrios.
Segundo Robinov, o estúdio vai explorar o lado negro dos heróis, dentro
do limite de cada personagem, incluindo o Super-Homem.
A Warner pretende lançar quatro filmes baseados em quadrinhos
nos próximos três anos: o terceiro Batman, desta nova série;
um novo Super-Homem; e mais dois filmes solo de personagens da DC.
Novos
filmes do estúdio serão anunciados em setembro.