Xaquin Marín: 30 anos de carreira e 20 anos de museu
Xaquin
Marín é um dos maiores nomes do humor do traço na Galícia, sendo considerado
o fundador da "banda deseñada galega", a partir da publicação, em 1975,
de 2 Viaxes, juntamente com Raimundo Patiño, considerado o primeiro
álbum de quadrinhos local.
O artista é responsável por obras como Ratas, Gaspariño (dois volumes)
e Dos pés á testa, e vem colaborando em inúmeras publicações como
Teima, A Nosa Terra, El Ideal Gallego, Das Kapital, Can sen Sono, A
Ameixa Cacofónica, Diario16, La Codorniz e Hermano Lobo. Um
destaque especial é sua participação na revista Golfiño, em suas
duas fases. O ilustrador galego já participou de mais de 200 mostras em
todo o mundo.
Marín tomou posição contra a ditadura franquista (o principal motivo pelo
qual os quadrinhos de expressão galega têm só 30 anos) e contribuiu com
outras iniciativas das artes dentro da sociedade civil espanhola, especialmente,
para que a tragédia do óleo derramado pelo Prestige não terminasse em
brancas nuvens. A reação aos danos ambientais causados pela embarcação,
registre-se, é uma das mais belas lições de cidadania do povo espanhol
neste início deste milênio.
Para assinalar os 30 anos de carreira de Xaquin Marín, a ótima página
eletrônica Cultura Galega.org lançou um especial que vai se prolongar
por todo o ano: é o Xaquin
Marín, Trinta Anos de Humor Gráfico, no qual, a cada semana, serão
incluídos três novos desenhos seus.
Em dezembro de 2004, o museu que ele criou e dirige, o Museo do Humor
de Fene, na pequena cidade de La Coruña, único em seu gênero, completou
20 anos reunindo obras de todo o mundo.
A data motivou o El Correo Gallego a realizar uma bela e simpática
entrevista com o artista, que vale ser conferida aqui,
até porque o galego é muito mais próximo do português do que o castelhano.
Confira também o artigo-homenagem de A Peneira: O
museo do humor cumpre vinte anos, que traz uma foto do pioneiro
galego e outra da sala de exposições.
Uma pequena autobiografia do artista pode ser lida aqui.
Um outro bom registro, também de janeiro, é que a BD banda está
lançando uma coleção de álbuns, com Fiz nos Biosbardos, de Kiko
da Silva, e Thom, de Andrés Meixide, ambos publicadas anteriormente
na antológica revista Golfiño, um marco maior da trajetória da
Nona Arte galega.