Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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A culpa é do fã?

26 fevereiro 2004

Marvel 2003 #6Está longe de ser um problema novo a segmentação de público à qual os quadrinhos estão sendo limitados. E também não é de hoje que algumas questões foram eleitas como as vilãs neste caso: concorrência com o videogame, preconceito do público e as respostas fáceis de sempre.

Sem querer entrar no mérito, acredito que saídas simplistas não ajudam em nada a resolver este problema e, mais do que nunca, é necessário muito bom senso por parte de autores e editores para reverter, ao menos dentro de um limite possível, este quadro.

Quanto às editoras, especificamente, há um caminho perigoso no qual elas estão cada vez mais se baseando. Mais do que nunca, tanto as edições lançadas em bancas como as destinadas às lojas especializadas estão do jeitinho que os fãs gostam. Bom sinal? Hmmm...

Monstro do Pântano - volume 3A princípio, pode parecer estranha a defesa de que não se dê mais ouvido ao fã. E nem é isso que estou pregando. Mas se os quadrinhos devem ser (ou voltar a ser) uma mídia de massa, os fãs devem ser encarados apenas como uma parcela dos leitores, e não como o público final.

E o que os fãs querem? Antes de tudo, papel brilhoso (couché ou LWC), do qual nem as próprias edições americanas periódicas se utilizam. Eles exigem que as edições saiam no formato original, e abominam qualquer redução (defender o formatinho diante de um legítimo fã é como defender Fernando Henrique numa convenção do PSTU).

Pular histórias? De forma alguma, o fã legítimo quer todas as histórias de seu personagem preferido publicadas, mesmo que isso leve a revista a trazer um ano inteiro de HQs de péssima qualidade, que foram um fiasco quando lançadas lá fora. Mais especificamente no mangá, onde já se viu inverter as páginas para o sentido ocidental de leitura? Ora, pois que os brasileiros aprendam a ler como japoneses!

Love Junkies #1E o que temos como resultado disso? Edições caras e nada atraentes para o leitor novo ou ocasional. Quadrinhos não podem ser algo restrito aos iniciados, como a maçonaria. Têm que encantar tanto o leitor assíduo, como alguém que passa pela banca e quer comprar algo para ler na rodoviária, enquanto espera o ônibus, para depois jogar fora.

O fã já garantiu o seu (e ainda reclama do preço alto), mas e este segundo leitor, será que ele não está sendo desperdiçado?

E de onde virão os futuros fãs, já que nada é feito para facilitar seu acesso e despertar seu interesse pelas revistas que vê nas bancas? E nem estou entrando no mérito das sagas eternas e da infinidade de "continua" no final das histórias, pois isso já é um vício que só mesmo os estúdios de criação podem resolver, e este texto refere-se basicamente à edição nacional de quadrinhos estrangeiros.

Que se mordam os cinéfilos, pois filme na TV só dá audiência quando é dublado. E se não tiver intervalos comerciais, a emissora não tem lucro.

André Diniz sabe do que está falando. Afinal, já desbravou as florestas brasileiras e acabou desaparecendo, já foi torturado no período militar, já foi assassinado ao se passar por travesti e se meter numa complicada trama política...Opa! Você não sabe do que estamos falando? Então, o que está esperando para visitar o site da Nona Arte e fazer o download das HQs escritas pelo nosso talentoso amigo?

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