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Matérias

A premiada revista independente Ragú virou álbum de luxo

21 janeiro 2003

Por Sidney Gusman,
sobre o press release


alguns anos Recife tem revelado várias feras do traço nacional, que tem
buscado as mais variadas formas (patrocínio, parcerias, cooperativas etc)
para publicar seus - bons - trabalhos. Pra não perder o costume, é da
capital pernambucana que vem a primeira grande novidade, no que tange
aos quadrinhos nacionais, nesse início de 2003.



Trata-se da Ragú, que chega à quarta edição bem mais encorpada,
mesclando trabalhos de uma nova geração de artistas e de nomes já consagrados
na nona arte brasileira. E o álbum (não dá mais para chamar a publicação
de revista) abandonou o caráter regional. Além das "pratas da casa" Mascaro,
Lin, Laílson e Samuca, o leitor encontrará páginas assinadas por feras
do traço do País inteiro, como o baiano Cau Gomez, o mineiro Lélis, os
paulistas Kipper e Maxx e outros.



Em suas 80 páginas, a publicação reforça o diálogo entre quadrinhos e
design, apresentando HQs, cartuns e pequenas crônicas. Também há
duas seções especiais: Galerias, uma intersecção entre as artes
gráficas e plásticas, com imagens da série Meninos do Recife, do
mestre Abelardo da Hora; e Amnésia, que resgata a obra do cartunista
Carlos Estevão.



A Ragú dá ainda uma "canja" do projeto ConSecuencias
BR
, que mostrou aos espanhóis o nosso humor gráfico contemporâneo,
publicando as HQs que Bueno, Kipper, Lin e Mascaro mandaram para a Europa.
Os dois últimos, aliás, são os idealizadores do álbum, viabilizado pela
Lei de Incentivo à Cultura do Recife, com patrocínio do Hospital Santa
Joana
. Outra novidade foi o estabelecimento de uma parceria com a
Via Lettera,
que distribuirá a edição pelas livrarias do País.



Essa edição é uma versão repaginada e amadurecida da premiada revista
homônima que conquistou o HQ Mixde melhor
publicação independente de 2001
. Nesse outro formato, teve quatro
números (o primeiro foi o zero) e circulou Brasil afora, mas de forma
pouco organizada, o que deve mudar agora. O título também gerou um "filhote"
em 2001: a coleção Ragú
Cordel
, que levou o cordel para as HQs.



A Ragú # 4 (formato 25,5 x 19 cm, 80 páginas coloridas e em preto
e branco, R$ 18,00) foi lançada inicialmente em Recife, e deve chegar
às comic shops e livrarias do restante do Brasil nos próximos meses.



Nos dicionários, ragu (sem o acento, e proveniente do francês ragoût)
significa "nome de qualquer guisado ou ensopado". Mas, acredite, esse
Ragú não é um qualquer, e merece ser provado.



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