Ao assumir o cargo de editor-chefe da Marvel, Joe Quesada traçou várias metas. Reformulação de seus principais títulos, marketing agressivo, projetos ambiciosos e novos escritores. E um deles seria Alan Moore! Mas os primeiros contatos não foram muito bons.

Mês passado, Quesada viajou para a Inglaterra com o objetivo de encontrar com o escritor. E não voltou de mãos vazias. Conseguiu que o autor de obras como Watchmen, Do Inferno, As Aventuras da Liga Extraordinária e Miracleman concordasse que a editora republique Capitão Bretanha, personagem que escreveu histórias na década de 1980, e que será publicado, em breve, no Brasil pela Pandora Books.

"Alan é a razão de eu ter entrado nos quadrinhos", disse Quesada. "A primeira revista que li foi uma edição de Watchmen. Quando consegui esse trabalho como editor, uma das minhas metas era acertar as coisas entre Moore e a Marvel".

A reunião entre os dois durou três horas. A Marvel publicará as histórias, que saíram pela Marvel UK, em uma encadernação de 208 páginas. A edição contará também com um prefácio do autor.

Mas será esse o começo de uma nova parceria entre os dois lados? Moore escreverá novos materiais para a editora? "Este ano, não", afirmou Quesada. "Ano que vem é um pouco mais provável. E daqui a dois anos é um pouco mais provável ainda".

E terminou dizendo: "A conversa foi bastante positiva. Nós voltaremos a conversar".

A briga entre a editora e o escritor começou da década de 1980, quando Moore tentou publicar o personagem Marvelman nos Estados Unidos, e a Marvel criou problemas, dizendo que estava sendo infligida a lei do copyright. Isso obrigou que o personagem fosse rebatizado para Miracleman.

Depois disso, a editora republicou Capitão Bretanha e Dr. Who sem sua permissão, o que o deixou mais chateado. E, por fim, no começo da década de 1990 a editora usou o slogan "Marvel tem Moore", quando contratou o escritor John Francis Moore.

Alan Moore ficou com uma boa impressão de Joe Quesada, e gostou da primeira conversa que tiveram.