Bill Jemas e Straczynski analisam impacto dos atentados nos quadrinhos
Um ano se passou desde aquele fatídico 11 de setembro, quando os Estados Unidos sofreram o maior atentado terrorista já realizado. O impacto dos ataques ao Pentágono e às Torres Gêmeas do World Trade Center mudaram muitas coisas na sociedade norte-americana, influenciando várias atividades, inclusive a indústria do entretenimento.
Com os quadrinhos não foi diferente. A Marvel foi a editora que mais lançou projetos fazendo referências ao ocorrido, com os especiais Heroes, A Moment of Silence, Amazing Spider-Man #36 (no qual o Homem-Aranha presencia os ataques, lançado este mês no Brasil pela Panini Comics) e a nova fase do Capitão América (também publicado pela Panini em Marvel 2002 #9).
E é essa influência que o presidente da "Casa das Idéias", Bill Jemas, e o escritor J. Michael Straczynski analisaram.
"Por muitos anos, as histórias em quadrinhos eram uma espécie de entretenimento que fazia as pessoas fugirem da realidade por alguns minutos por dia", disse Jemas. "A triste verdade é que, desde 11 de setembro de 2001, a guerra, o terrorismo e os problemas econômicos ficaram bem-vindos, e até necessários".
"Estou orgulhoso da Marvel possuir criadores com coisas importantes para dizer sobre o mundo real, e das revistas estarem se tornando uma forma importante de entretenimento e comunicação para todos os tipos de fãs", disse.
Straczynski, que escreveu a história do Homem-Aranha salvando vítimas do atentado, analisa como os americanos estão lidando com o que aconteceu. "Não acho que tudo já tenha tido uma conclusão. Todo o país esteve se analisando a si mesmo, o mundo e o nosso lugar nele", declarou.
"Há um consenso de que os quadrinhos foram uma parte importante de como o assunto foi tratado. Por isso escrevi Amazing Spider-Man #36. Era preciso algo para colocar aqueles eventos em perspectiva", explicou. "Fiquei surpreso ao ver o impacto que isso teve. Recebi e-mails de bombeiros que disseram que mostraram a revista para seus colegas de trabalho. Um padre me disse que exibiu a edição em sua paróquia para ajudar as famílias a explicarem o que aconteceu aos seus filhos. Professores usaram em sala de aula", revelou.
Entretanto, o escritor não vê diferenças na maneira em que a indústria se conduziu de lá para cá.
J. Michael Straczynski doou seu salário por ter escrito Amazing Spider-Man #36 para instituições de caridade de ajuda às vítimas do atentado.