Brubaker fala sobre nova série mensal da Mulher-Gato
Estréia, em novembro, a nova revista mensal da Mulher-Gato, com argumentos de Ed Brubaker, desenhos de Darwyn Cooke e arte-final de Mike Allred (Madman, X-Force). A nova série recomeça com nova numeração e, em Catwoman #1, Selina Kyle, por causa de um assassino serial, voltará a uma vida que pensava ter deixado para trás permanentemente.
O escritor comenta um pouco mais esta nova fase e, segundo ele, as primeiras quatro edições terão Selina descobrindo quem é, onde se sente melhor e o que deveria estar fazendo agora. "Li alguns números da antiga série e o que estava acontecendo, mas achava que não estavam explorando a personagem de uma maneira interessante para mim", explicou.
"Se você der uma olhada na origem da Mulher-Gato em Batman: Ano Um, ela era uma prostituta, um tipo de dominatrix sado-masoquista, ou algo assim", analisa Brubaker. "Mas a DC acabou deixando isso muito vago. Ela estava vivendo de alguma maneira nas ruas e ganhando a vida ilegalmente. Era esse tipo de pessoa. Planejo levá-la de volta a essas raízes... até certo ponto. O que aconteceria se ela fosse a pessoa que defendesse outras que vivem do outro lado da lei, que talvez sejam criminosos, mas não são necessariamente más pessoas por causa disso? Essa é a idéia genérica. Então, comecei a pensar em tudo que a personagem foi nos últimos três anos, que conduz perfeitamente a um tipo de reavaliação que a redefine, e a leva para outra direção".
O autor também disse que, quando o pessoal da editora viu as primeiras páginas, todos ficaram entusiasmados e comentando o quão diferente aquilo era. Por isso, resolveram relançar a revista a partir do número 1.
Mas ele também afirmou continuará sendo aquela Mulher-Gato que os antigos fãs conhecem. "Ainda será Selina Kyle, e tudo que aconteceu antes irá influenciá-la sobre quem é hoje. Mas andei pensando nisso e, se a continuidade da DC tem 12 anos, então, ela tem sido a Mulher-Gato por todo esse tempo. E em tanto tempo como ladra, provavelmente conseguiu dinheiro mais do que suficiente, que pode estar guardado em segurança por todo o país e na Suíça. Assim, ela não precisa de mais grana. Se resolver privar alguém de dinheiro, posso vê-la querendo roubar, mas realmente penso nela mais como um Robin Hood", esclarece.
Isso não significa que ela e Batman estarão do mesmo lado. "A principal diferença entre os dois nessa série é que o Homem Morcego vê o mundo em preto e branco", explica o escritor, que também faz a revista Batman. "As coisas que existem do lado oposto da lei são erradas; as do lado certo, são corretas. A Mulher-Gato vive nos espaços cinzas entre o certo e o errado, onde mulheres podem ser prostitutas, mas não serem necessariamente más, e sim serem forçadas a encarar essa vida, pelas circunstâncias. Ou então crianças, que vendem drogas para os traficantes, podem ser boas e só queiram realmente jogar basquete, mas é assim que conseguem ganhar algum dinheiro".
Brubaker disse que tentará fazer uma revista mais voltada ao público feminino, e que terá liberdade para trabalhar com a personagem, já que não será influenciada pela continuidade atual das revistas do Batman. Sua intenção é deixar o título mais independente.