Chuck Austen revela o que vem aí em Uncanny X-Men
Chuck Austen, escritor da série mensal Uncanny X-Men, revelou quais são os seus planos para os heróis mutantes este ano, um trabalho que se tornará ainda mais complicado com a estréia do novo filme dos personagens, e a perspectiva de atrair novos leitores para o título.
A principal meta de Austen é fazer os X-Men voltarem às suas origens. Ele descreve a revista. "Uncanny X-Men é mais como uma novela, em relação às outras revistas de super-heróis. Pelo menos, da maneira como eu escrevo. O que me interessa é o relacionamento interpessoal e os conflitos, adicionando uma camada de superpoderes. O que os faz únicos é o ponto de vista. São posições que eles ocupam não por escolha, mas por força da natureza", disse.
Para o autor, Uncanny foca mais o aspecto super heróico dos mutantes do que vem fazendo Grant Morrison em New X-Men, mas não esconde que tem influências do que está sendo feito em Ultimates. "Estou tentando pegar um pouco do que Mark Millar está fazendo em Ultimates, uma revista que adoro, e fazer dos personagens pessoas com poderes que fazem coisas extraordinárias de vez em quando", explicou.
"Por exemplo, Banner se tornou Hulk por se sentir impotente com a mulher que ama. No final do número 7, o Capitão América vai dar uma surra em Hank Pym porque ele bateu na Jan. Essa é uma boa razão para bater em alguém. Gosto mais desse tipo de motivação do que 'o vilão quer conquistar o mundo'", afirmou.
Mas há também uma outra fonte de inspiração. "Vida", revela. "Todas as minhas histórias são inspiradas na vida. O passado de abusos do Fanático é um espelho do meu. O Homem de Gelo é baseado no meu irmão. Apenas acrescento o elemento fantasia, vendo tudo de uma perspectiva do mundo real".
"O último arco, The Dominant Species, veio da idéia de que os mutantes são 'Homo-Superior'. Isso vai contra a evolução. Não existe 'superior', há apenas aquilo que se adapta melhor ao meio em que vive. Se a mutação os tornar mais adaptados, eles vencem. Apenas isso", analisa. "Humanos se consideram superiores aos animais, mas, do ponto de vista evolucionário, eles são mais adaptáveis ao meio em que vivem por causa da complexidade do cérebro e do nível de comunicação", filosofou.
E foi isso que ele quis retratar no caso dos mutantes. "É isso que acontece nesse arco de histórias. Os mutantes não são superiores, mas apenas uma outra ramificação da raça humana tentando sobreviver. O que torna alguém 'superior' é o julgamento emocional e espiritual baseado em como ele interage com os outros e o mundo a nossa volta. Não tem nada a ver com a evolução", frisou.
Numa das próximas histórias, Chuck Austen levará para os quadrinhos uma experiência própria: a busca de uma figura paterna após o abandono do pai. "Será uma aventura sobre o Kurt, a sua necessidade de um mentor, e sua tentativa de encontrar isso em outras pessoas, o que eventualmente o levará à busca de seu verdadeiro pai", adiantou.
Outra mudança do escritor foi colocar o Fanático como membro dos X-Men, explorando a real motivação dos "vilões", e se eles realmente se vêem assim. "O papel do Fanático é ser o anti-Xavier", contou.
O Anjo é mais um personagem que Austen está explorando na revista. "Veja muito de mim nele", revela. "O que me intriga no Warren é sua 'mortalidade', e a quantidade de problemas pelos quais ele passou e sobreviveu. De muitas maneiras, ele é uma metáfora para a minha própria vida", exemplificou.
Para 2003, Chuck Austen promete muitas surpresas, romance e reviravoltas. "Mas não é nada comparado com o que virá em 2004", atiçou.