Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
OUÇA
[adrotate group="9"]
Matérias

Coleções G.I.Joe em 2003

29 agosto 2003

Night AttackHá pouco mais de um ano, novos e antigos fãs de G.I. Joe brasileiros ficaram exultantes sabendo, aqui mesmo pelo UHQ, que a coleção de figuras de ação seria importada pela Gulliver. A euforia continuou quando a coleção chegou às lojas.

Não foi surpresa para nenhum vendedor ver marmanjos chegando e comprando um item de cada, entre bonecos e veículos. Muitos chegaram a comprar várias cartelas iguais, para formar tropas ou customizar (pintar em cores diferentes ou misturar as peças, formando novos personagens). Alguns, que colecionaram na década de 1980 (e ainda colecionam), apresentaram os Joes aos filhos. Na convenção dos colecionadores realizada em 2002, o apelo dos personagens foi bastante visível na garotada que os descobriu somente agora.

Mas a alegria durou só até a última Abrin, a feira anual dos fabricantes e importadores de brinquedos, no último mês de abril, em São Paulo. Adultos e crianças decepcionaram-se vendo que a Gulliver, infelizmente, não traria nada de novo. Só estava exposta a mesma coleção de figuras de 10 cm do ano passado. Embora muito boas, sem similares em qualidade, já saturaram o mercado pela falta de novidades em modelos. De novo mesmo, só alguns bonecos e acessórios em 12 polegadas (30 cm).

Roadblock e RipperHoje, qualquer pessoa que se interesse por um hobby está muito bem informada sobre lançamentos do que procura por causa da Internet. G.I. Joe conta com inúmeros sites com tudo o que diz respeito à tropa de elite e seus inimigos terroristas, os Cobras.

Através deles, os fãs sabem que a Gulliver trouxe somente a primeira série (ou wave, como a Hasbro, fabricante dos brinquedos, diz) e dois itens da segunda (mesmo que muito poucos). Na convenção citada, representantes da Gulliver presentes disseram que as vendas foram muito boas e que estavam estudando a vinda das outras séries. Nos EUA, a sétima já chegou às lojas e a oitava já foi exibida para a imprensa. Por enquanto, por aqui, só a primeira mesmo...

Como se não bastasse, os americanos, além dos Joes nativos, também engrossam as fileiras de suas tropas com os bonecos da coleção fabricados na Índia, pela Funskool, largamente vendidos nos States - baratíssimos para os ianques. As figuras indianas podem ser inferiores na qualidade, mas os colecionadores têm uma boa chance de encontrar personagens antigos que faltavam em sua coleção - bem como veículos clássicos, como o Skystriker, famosa réplica de um F-14 que chegou a ser produzida no Brasil.

A Hasbro não preservou todos os moldes, e está comprando alguns de volta, que vendera justamente para a Funskool, relançando bonecos antigos. Alguns bonecos indianos trazem interessantes alterações de cores em relação às suas contrapartes americanas. Até mesmo esses ficariam bem nas prateleiras brasileiras, se alguém se dispusesse a importá-los. Cá entre nós, há bonecos muito piores, com procedência duvidosa e preços absurdos em nossas lojas...

Os fãs brazucas mostram um pouco de impaciência. Gabriel, paulistano de treze anos de idade, um dos fãs da nova geração, comprova: "Já comprei todos, inclusive repetidos, mas não chega nada de novo pra comprar! Eu queria mais soldados e estou esperando os novos chegarem para ter a coleção completa".

Gabriel foi um dos novos fãs que descobriram e curtiram os desenhos animados dos Joes, exibidos na última convenção, no telão do espaço cultural Comix, em São Paulo - eles não conheceram a série na TV, exibida pela Rede Globo até a década de 1990.

Para quem é novo no colecionismo, não viu muitos desenhos e só conhece as novas revistas da Image, o garoto se mostra muito bem informado. Embora já tenha a wave 1 completa, ficou exultante ao ganhar uma customização feita pelo autor de um dos dioramas expostos, Luiz Paulo, colecionador veterano e um dos maiores do Brasil, se não o maior. No diorama de Luiz, além de várias customizações formando uma equipe de resgate das Forças de Paz da ONU, a maior atração da convenção: o Night Attack, grande helicóptero Joe que a Gulliver não chegou a importar (wave 3).

A estratégia de trazer os Joes de 30 cm (parentes diretos do bom e velho Falcon, que, pra quem não sabe, é o mesmo boneco) corre certos riscos. O formato não tem tido muito apelo para a criançada, com as lojas abarrotadas de Max Steel, cujas vendas já foram melhores. Mas estamos falando da Gulliver, a mais camarada nos preços de importados, e de G.I. Joe, que simplesmente estreou esse tipo de figura, dando origem à coleção mais tradicional de brinquedos para meninos (de todas as idades!) nos últimos 40 anos, vendida para diversos países do mundo, e sobreviveu a todas as outras coleções que vieram em seu rastro. Tradição é apelido!

Os fãs das figuras em 10 cm, ainda assim, aguardam alguma novidade de G.I. Joe aqui no Brasil. Bonecos pequenos são melhores para guardar, para organizar, para ter veículos mais bacanas (um F-14 ou um tanque para uma figura de 30 cm, no Brasil, é inadmissível) e o preço ajuda muito! Sabe como é, a esperança é a última que morre. Qualquer novidade, você saberá pelo UHQ.

Fotos gentilmente cedidas por Eugene Son, do site Yojoe

Marcelo Cypriano não vê a hora de gastar suas economias nas novas coleções G.I.Joe. Não que ele tenha dinheiro para isso, mas este é apenas um pequeno detalhe...

 

[adrotate group="10"]
Já são mais de 570 leitores e ouvintes que apoiam o Universo HQ! Entre neste time!
APOIAR AGORA