FIQ: um Belo Horizonte para os quadrinhos
O Festival Internacional de Quadrinhos
de Belo Horizonte começa a alcançar a maturidade e realiza sua melhor
edição
Por Sidney Gusman
(24/10/07)
Em 1997, Belo Horizonte realizou a terceira edição da Bienal de Quadrinhos,
depois das duas primeiras terem acontecido no Rio de Janeiro, em 1991
e 1993. Era a estréia da capital mineira nos eventos destinados à nona
arte. Em 1999, mudança de nome: surgia o Festival Internacional de
Quadrinhos, o que fez a cidade se tornar, a cada dois anos, a capital
brasileira das HQs.
Neste ano de 2007, em que se comemora uma década de eventos de quadrinhos
em Belo Horizonte, o FIQ teve seu grande momento. Esta quinta edição,
realizada de 16 a 21 de outubro, homenageou o Japão e foi a melhor de
todas até agora. Ponto para a Casa 21 e a
Prefeitura de Belo Horizonte, que cuidam da organização (o
festival foi até incluído no calendário oficial da cidade), e para a
patrocinadora Usiminas.
Foi a primeira vez em que houve um equilíbrio entre os diversos gêneros
de quadrinhos. Havia exposições e representantes de super-heróis, mangás,
europeus de variados estilos, historietas argentinas e muitos brasileiros.
Os convidados internacionais que estiveram no evento foram: o italiano
Giancarlo Berardi (Ken Parker, J. Kendall - Aventuras de uma
Criminóloga), os argentinos Carlos Sampayo (Alack Sinner, Billie
Holliday), Domingo "Cacho" Mandrafina (Iguana, A Grande
Farsa), Juan Sáenz Valiente (premiado em Angoulême, na França, em
2005, como melhor jovem artista, pelo álbum Sarna) e Eduardo
Risso (100 Balas, Batman - Cidade Castigada), o francês
Pascal Rabaté (À Table, Signé Raoul), o belga Benoît Sokal
(Inspetor Canardo, Sanguine), a japonesa Ken Takahama (Yellowbacks,
Awabi) e o guatemalteco radicado nos Estados Unidos Eddie
Berganza (editor sênior da DC
Comics).
Já a "delegação" brasileira foi integrada pelos quadrinhistas Fábio Moon
e Gabriel Bá (Os 10 Pãezinhos), Renato Guedes (Superman),
Ed Benes (pseudônimo de José Edilbenes Bezerra, de Liga da Justiça),
Eddie Barrows (Eduardo Barros, de Novos Titãs), Carlos Magno (Countdown),
José Aguiar (Folheteen), Antonio Cedraz (Turma do Xaxado),
Eloar Guazzelli (O Relógio Insano), João Marcos Mendonça (Mendelévio),
Chantal Herskovic (Juventude), Luís Augusto (Fala, Menino!),
Wellington Srbek (Estórias Gerais), Fábio Zimbres (Mini-Tonto),
Lélis (Saino a Percurá), Marcatti (A Relíquia) e Sérgio
Macedo (Xingu!); os cartunistas Márcio Leite, Bira Dantas, Nilson,
Duke, Santiago e Ricardo Ferraz; os ilustradores Daniel Bueno, Orlando
Pedroso e Kako D'Angelo; os editores Henrique Magalhães (Marca
de Fantasia) e Cassius Medauar (Pixel
Media), os pesquisadores Gazy Andraus, Gualberto Costa e Sonia
Luyten; e os jornalistas Carlos Patati, Paulo Ramos e este escriba.
Da lista inicial de convidados, não puderam comparecer ao evento os norte-americanos
Ethan
Van Sciver (Lanterna Verde - Renascimento) e Melinda
Gebbie (Lost Girls); o japonês Yoshihiro Tatsumi (Mulheres)
e os brasileiros Ivan Reis e Marcelo Campos.
Outra ausência sentida foi a de Julio Shimamoto, autor do belo cartaz
deste FIQ. Contudo, ele, que se classifica como um "bicho do mato",
realmente é avesso a aparições públicas. Uma pena, pois seria a chance
de muitos leitores aprenderem bastante com esse mestre da HQ nacional.
Mas essas faltas não diminuíram o festival, que quebrou seu recorde de
visitação: cerca de 60 mil pessoas (o anterior era de 35 mil) estiveram
na sede principal, na Serraria Souza Pinto, e nas atrações espalhadas
pela cidade. A entrada era gratuita.
Uma feliz aposta na diversificação
Um dos pontos fracos das duas últimas edições foi praticamente ignorar
o gênero super-heróis. Nesta, isso foi corrigido com a exposição Super-heróis
entre nós, montada com originais e reproduções do colecionador paulista
Ivan Freitas da Costa e que tinha sempre com muita gente apreciando os
desenhos - havia até um passo a passo da feitura de uma página, do roteiro
à cor.
Os presentes puderam apreciar artes de Alex Ross, George Pérez, Will Eisner,
Bruce Timm, Phil Hester, Michael Turner, John Totleben (com uma capa de
Miracleman) e outros.
Além disso, as presenças de diversos desenhistas brasileiros que trabalham
para o mercado norte-americano e do editor Eddie Berganza, que analisou
dezenas de portfólios, atraíram centenas de leitores.
Aliás, Berganza ficou tão impressionado com as artes mostradas, que em
sua palestra brincou que teria de abrir um selo só para brasileiros na
DC. Alguns postulantes a desenhista profissional saíram de lá com
um cartão do editor e a promessa de um teste. Para o festival será uma
mídia excepcional para as próximas edições se um novo talento nacional
for lançado nos Estados Unidos a partir desse encontro.
Para os fãs da cultura oriental, havia uma mostra com várias imagens de
animês bastante conhecidos, o que chamou a atenção de pessoas de várias
idades. A área destinada ao país homenageado ainda tinha as exposições
Nouvelle Mangá, com trabalhos nipônicos e europeus, e as dedicadas
a Kan Takahama (13 obras) e Yoshihiro Tatsumi (35 desenhos), considerado
o pai do gekigá, o quadrinho adulto japonês.
No entanto, ainda faltou um nome mais conhecido dos leitores. Na tentativa
de atrair mais público, seria interessante, nas próximas edições, trazer
um grande artista dos mangás lançados por aqui.
Na mesma área estava a exposição destinada a Shimamoto. À primeira vista,
parecia algo despropositado, pois todas as artes estavam dentro de bancadas
bastante baixas. Mas foi uma tematização interessantíssima, pois a decoração
lembrava um lar japonês. Assim, as pessoas tinham à disposição almofadas
para se sentarem e apreciarem as artes. Dentre os originais, havia trabalhos
lindos do autor e até um roteiro manuscrito. Definitivamente, se o "velho
Shima" tivesse nascido em países com mais cultura de quadrinhos, certamente
teria reconhecimento em nível mundial.
A organização do FIQ acertou ao montar um "menu" de exposições
tão diversificado. Entre as européias, se a da criminóloga Júlia chamou
a atenção dos fãs da personagem, as de Pascal Rabaté e Benoît Sokal serviram
para apresentar seus trabalhos aos brasileiros, uma vez que são quase
desconhecidos em nosso mercado.
Outra boa sacada foi trazer mostras da Argentina. Nossos vizinhos têm
uma grande tradição nos quadrinhos, o que pôde ser comprovado nas exposições
da revista Fierro (destaque para Liniers, Max Cachimba, Jok etc.)
e dos autores Eduardo Risso, com páginas de 100 Balas e de variados
trabalhos; Mandrafina, um simpaticíssimo mestre do traço mundial; e Juan
Sáenz Valiente, legítimo representante da nova geração daquele país.
Talento
brasileiro em cartaz
Diferentemente dos eventos norte-americanos, o FIQ é "globalizado".
O fato de haver exposições para todos os gostos, na verdade, funciona
como um excelente incentivador para que fãs deste ou daquele gênero vejam
quanta coisa boa está sendo produzida em outras vertentes. E que merecem
ser conhecidas.
Nesse sentido, a organização aproveitou bem a "prata da casa". As mostras
brasileiras estavam muito chamativas. A começar pela de quadrinhos infantis,
com obras de Laerte, João Marcos, Cedraz, MZK, Quinho, Duke, Chantal Herskovic,
Lute e Guga Schultze. Não bastasse a variedade de estilos, displays
do Mendelévio e do Edu (da tira Juventude) e uma tira gigante da
Suriá, na qual se podia encaixar os rostos e "virar personagem",
deixaram o ambiente ainda mais atrativo para os visitantes.
O que é o Brasil apresentou trabalhos de 52 artistas. Cada um produziu
uma página de quadrinhos sobre um tema nacional. O resultado dá um panorama
do quão diversificado é nosso mercado. Havia obras de Lourenço Mutarelli,
Laílson, Octavio Cariello, Mauricio de Sousa, Ziraldo, Gilmar Fraga, Daniel
Bueno, Samuel Casal, Fábio Moon e Gabriel Bá, Spacca, Gilmar e outros.
Em homenagem ao centenário de Oscar Niemeyer, o FIQ preparou uma
linda mostra, que também primou pela diferença. Cada artista louvou o
célebre arquiteto brasileiro à sua forma e o resultado foi fantástico.
Destaque para os desenhos de Angeli, Bira Dantas, Cárcamo, Fernando Gonsales,
Gilmar, David Lloyd (de V de Vingança), Maringoni, José Aguiar
e Marcelo Quintanilha.
Também chamava muita atenção a exposição Todos os Sentidos, destinada
a a pessoas com deficiência. Os trabalhos eram baseados na Turma do
Xaxado e havia dois painéis pintados em auto-relevo. Era comum, inclusive,
ver visitantes fechando os olhos e tateando-os.
Havia ainda as exposições 30 anos de Independência: Meia Sola, Vapor
e outros bichos, com os quadrinhos underground de Minas Gerais
desde os anos 70, e BH, a grande cidade, só com artistas locais,
como Lor, Duke, Mário Vale, Chantal e Alves Richardson.
Por fim, mostras individuais expuseram o talento de Bá e Moon, desde o
início da carreira; de Sérgio Macedo, que só agora, com Xingu!
(Devir),
se tornará mais conhecido pelos leitores brasileiros, como é na Europa;
e Orlando, um dos melhores ilustradores do País.
Fala que eu te escuto
A programação de palestras, debates e entrevistas também merece elogios.
As atividades foram realizadas na Sala Conceição Cahu (espaço batizado
em homenagem à grande artista gráfica brasileira falecida
em 2006, onde também aconteciam exibições de filmes e desenhos animados)
e na Praça dos Quadrinhos.
Houve também entrevistas, mais em tom de bate-papo, com Eduardo Risso,
Giancarlo Berardi, Carlos Sampayo, Eddie Berganza, Benoit Sokal e Bá e
Moon.
Em duas delas aconteceram momentos engraçados, que mexeram com a platéia.
A primeira foi com Eduardo Risso, no dia 18. Chovia muito e quando ele
se preparava para responder uma pergunta feita por este jornalista, começou
a pingar água de uma goteira exatamente sobre a sua cabeça. Bem-humorado,
disparou: "Desenhista argentino morre eletrocutado em evento no Brasil".
A risada foi geral, ainda mais quando, em seguida, um leitor ofereceu
um guarda-chuva para o entrevistado. Mas não foi necessário.
A outra passagem inusitada foi com Eddie Berganza. Um leitor pediu o microfone
e disse que tinha duas perguntas. A primeira foi sobre personagens do
Universo DC e a segunda: "Você poderia fazer a dança do siri?"
Gargalhada geral. E o editor, bastante simpático, chegou a insinuar que,
se soubesse do que tratava, faria.
A programação de mesas-redondas também abrangeu diversos temas e conseguiu
dar uma boa visão - ainda que breve - do cenário atual. Os presentes puderam
acompanhar debates sobre os mercados brasileiro, norte-americano e japonês,
ilustração, cartuns e a relação dos quadrinhos com a educação, as pesquisas
acadêmicas, as adaptações literárias etc.
No entanto, as palestras e debates com estrangeiros também geraram os
principais pontos fracos do evento. O primeiro foi por causa dos tradutores,
todos competentes, mas a maioria sem o menor conhecimento de história
em quadrinhos. Assim, aconteceram "pérolas" como Valiente citar (Milo)
Manara como uma de suas referências e a tradutora dizer "mais nada". O
público e o argentino perceberam no ato, mas gerou-se um mal-estar.
Por ser um universo extremamente específico é de bom tom que os tradutores
conheçam o assunto. E há muitos leitores de quadrinhos que podem exercer
essa função.
O segundo senão foi a programação. Por, felizmente, estar se tornando
cada vez mais um evento nacional, o FIQ atraiu leitores de diversos
estados, que chegaram, em sua maioria, na sexta-feira à noite e no sábado
pela manhã. O problema é que várias discussões e entrevistas interessantes
aconteceram de terça a sexta.
O ideal para as próximas edições é que se siga o modelo europeu: palestras,
mesas-redondas e oficinas são realizadas nos sábados em domingos; e durante
a semana o espaço fica mais voltado para visitas escolares. Claro
que, para isso, o festival teria que começar no sábado de uma semana e
terminar no domingo da seguinte. Mas, da maneira como aconteceu, até mesmo
moradores de Belo Horizonte perderam as atividades por não chegarem a
tempo de seus trabalhos.
Uma iniciativa que merece crescer ainda mais é a realização de oficinas.
Para o público é quase um presente ter uma "aula" com os profissionais.
E quem esteve na de roteiro, com Giancarlo Berardi, pôde atestar isso.
As grandes ignoraram, os pequenos buscaram espaço
Uma das coisas mais inadmissíveis desse FIQ foi a ausência quase
total das principais editoras brasileiras. A única que tinha sua logomarca
num estande (e, mesmo assim, de um revendedor local) foi a Conrad.
O título e o parágrafo acima foram escritos para a cobertura do 3º
FIQ, em 2003, e a situação, lamentavelmente, permanece a mesma. As
grandes editoras de quadrinhos do País, diferentemente do que ocorre em
quase todos os festivais do planeta, não apostam no evento e deixam de
fazer vendas significativas (só para lembrar: foram 60 mil presentes),
além de perder a oportunidade de produzir matérias com artistas que elas
mesmas publicam.
Um exemplo: havia pouquíssimos exemplares do encadernado Batman - Cidade
Castigada, da Panini
Comics, desenhado por Eduardo Risso. Eles se esgotaram ainda na
quarta-feira, segundo dia do evento. Os álbuns Caim e Menino
Vampiro, da Mythos
também não eram encontrados. Quando o argentino fez uma sessão de autógrafos,
no sábado à noite, os leitores que não levaram exemplares de casa, saíram
à "caça" na Leitura (loja especializada em HQs presente ao FIQ)
e levaram apenas revistas de 100 Balas, lançadas recentemente pela
Pixel Media.
Enquanto isso, os artistas independentes mostraram a que vieram. O selo
Quarto Mundo, o pessoal das revistas independentes de Belo Horizonte,
da capixaba Quase, da carioca Tarja Preta e da Web Comix
- Quadrinhos Digitais marcaram presença no festival, fazendo importantes
contatos e vendendo bastante.
Não foi à toa que os principais lançamentos deste FIQ foram independentes:
O Relógio Insano, de Eloar Guazzelli, pelo selo 100% Quadrinhos,
da revista Graffiti 76% Quadrinhos, cujo número 16 também estava
"saindo do forno"; Nanquim Descartável, de Daniel Esteves; Juke
Box # 4, comemorando um ano da publicação; Dinossauro do Amazonas,
de Plínio Filho; Quadrinhópole # 5, de Leonardo Melo e outros artistas;
Café Especial, de Sérgio Chaves; Todo Mundo Senta, de Marlon
Tenório; os fanzines Totem e A.T.U.M.; e outros.
Mesmo sem estande, quem fez muito barulho do lado de fora do festival
foi Lacarmélio
de Araújo, que vende seu próprio gibi, Celton, pelas ruas e
Avenidas de Belo Horizonte desde 1998, munido sempre de um enorme cartaz
amarelo fazendo "propaganda" da edição.
Segundo ele, nesses quase dez anos, mais de 500 mil exemplares de Celton,
já foram vendidos. O personagem, que não é um super-herói, mas é bastante
forte, vive histórias na capital mineira - na edição mais recente (# 19),
por exemplo, ele contracena com Aécio Neves e Fernando Pimentel, respectivamente,
governador de Minas Gerais e prefeito de Belo Horizonte.
Folclórico, Lacarmélio, que também é chamado de Celton, já foi tema do
Globo Repórter, entrevistado no Programa do Jô, ministra
palestras pelo Brasil inteiro falando de sua criação e conseguiu emplacar
uma edição especial para a Petrobras com tiragem de 100 mil exemplares.
Jeito
brasileiro
Nos dois últimos dias do evento, a integração entre leitores de vários
gêneros de quadrinhos foi ainda maior. Entre crianças e adultos circulavam
jovens fazendo cosplay, ou seja, vestidos como seus personagens
favoritos. Geralmente, os fãs de fantasiam como heróis e vilões de mangás
ou animês, mas havia até um Woody, de Toy Story, da Disney,
e um Mestre dos Magos, do clássico desenho Caverna do Dragão.
Ao mesmo tempo, era nítida entre a maioria dos convidados a satisfação
de estar ali. Durante uma refeição, Risso, juntamente com Berardi, Berganza,
Joe Prado, este jornalista e outros convidados, disse que o melhor desses
eventos são essas confraternizações. "No começo do jantar, falamos espanhol,
depois passamos para italiano, inglês, francês... O importante é nos entendermos",
brincou.
Já Berardi enalteceu a simpatia dos leitores brasileiros. "Agora entendo
por que Ivo
Milazzo e Sergio Bonelli gostam tanto daqui", disse. O escritor ficou
visivelmente emocionado quando o leitor João Batista da Cunha (que viajou
mais de nove horas de ônibus de Tatuí, interior de São Paulo, para conhecê-lo)
lhe presenteou com edições de Tex Junior (dos anos 50), Epopéia
- Gabriela Cravo e Canela, Epopéia - A Torre de Babel (1956)
e Epopéia Especial Tiradentes.
O roteirista voltaria a se emocionar quando Bira Dantas tocou em sua gaita
Champagne, de Pepino Di Capri, e no final de sua oficina, ao ser
aplaudido efusivamente por todos.
Ao fim de sua quinta edição, o Festival Internacional de Quadrinhos
de Belo Horizonte parece ter "acertado a mão". Houve erros, sim, mas bem
menos relevantes que os das duas últimas edições. Corrigindo-os e com
as editoras se conscientizando que um festival desse porte fortalece o
mercado como um todo, em mais alguns anos poderá se concretizar o sonho
de colocar o Brasil, definitivamente, no calendário dos grandes eventos
de quadrinhos do planeta.
Sidney Gusman sabe quanto custa a passagem de avião para Belo Horizonte,
a estada no hotel e a boa comida mineira; mas garante que encontrar ídolos,
conhecer leitores do Universo HQ e rever velhos amigos a cada dois anos
não têm preço.