Heróis em Ação, a primeira revista mix da Editora Abril com heróis da DC
1984. Já se passaram mais de 20 anos! Depois de décadas nas mãos da saudosa
Ebal, os heróis da DC Comics estavam de casa nova. E a Editora
Abril apresentava três séries em formatinho: Super-Homem, Batman
e Heróis em Ação.
Esta última, apesar de ter durado somente dez edições, fez sucesso entre os fãs do gênero. Afinal, apresentava novas séries que, na época, pela qualidade da arte e principalmente das tramas, causou impacto nos colecionadores.
No número # 1, o editorial afirmava: "A partir de agora, os personagens mais novos e fantásticos da DC Comics estarão mensalmente com você nas páginas revolucionarias de Heróis em Ação".
E era verdade. Logo de cara, o leitor era apresentado aos Novos Titãs, de Marv Wolfman e George Pérez. Com Robin, Estelar, Mutano, Ravena, Cyborg, Moça-Maravilha e Kid Flash marcando presença contra incríveis desafios, as histórias traziam o conflito dos heróis adolescentes com muito drama, aventura e até humor.
O
destaque dos heróis ficou para a edição # 8, com a incrível batalha entre
os Titãs e o poderoso demônio de outra dimensão Trigon.
Recentemente, a Panini Comics relançou parte dessas aventuras em duas edições da série Grandes Clássicos DC.
Outro destaque foi Travis Morgan, o Guerreiro, que já havia tido aventuras lançadas pela Editora Ebal. O aventureiro criado por Mike Grell é tenente-coronel da Força Aérea. Após completar uma missão e com problemas no jato, entra numa passagem no Pólo Norte e vai em direção ao centro da Terra, onde encontra uma espécie de mundo perdido com feiticeiros, belas mulheres, dinossauros e seres hostis.
Lanterna Verde e Arqueiro Verde tiveram algumas aventuras de uma das melhores fases dos personagens, nas mãos de Denny O'Neil e Neal Adams - material este também republicado pela Panini, em Grandes Clássicos DC # 6 e # 7, com os heróis enfrentando os piores de todos os inimigos: a ignorância, o racismo, as drogas etc., em tramas que traziam os personagens numa abordagem mais realista.
Um
dos favoritos dos fãs era o Esquadrão Atari. O título surgiu de
uma parceria da DC com a fabricante homônima de consoles e games.
A trama, que se passa no futuro, narra as aventuras de uma equipe heterogênea,
formada por habitantes de mundos diversos, com a missão de descobrir e
enfrentar uma ameaça que está corrompendo todo o universo.
A equipe é formada pelo jovem Tormenta, capaz de se teleportar para outras dimensões; seu pai, Martin Champion, o líder do grupo; a telepata e médica Morféa; Paco Rato, uma espécie de rato humanóide; a mercenária Dart e Bebê, uma fortíssima criança alienígena.
Com personagens carismáticos, ação intensa, argumento dos mais inspirados bolado por Gerry Conway, além da arte bacana de José Luis Garcia-López e Ross Andru, mereceria, certamente, ser republicado.
Senhor Destino, com argumento de Martin Parko e arte de Keith Giffen, trazia as aventuras de Kent Nélson (sim, era grafado com acento agudo!), que, quando colocava o elmo mágico, era possuído por uma entidade mística imortal.
Jonah
Hex, de John Albano e Tony de Zuñiga, mostra o herói desfigurado do Velho
Oeste em aventuras violentes, que mostram o lado "azarado" do herói, com
boa dose de humor negro.
A Sociedade da Justiça, de Paul Levitz e Joe Staton, foi capa da edição # 9, numa trama que mostra o primeiro encontro do grupo, então da Terra Paralela, enfrentando a ameaça nazista.
O eterno Superboy, tantas vezes reformulado - e avacalhado - nas últimas décadas, apareceu em algumas aventuras fechadas. Também foram publicadas histórias da Mulher-Maravilha, por Gerry Conway e Jose Delbo; Vingador Fantasma, por Bruce Jones e Dan Spiegle; Espectro, por Michael Fleisher e Russell Carley; e a origem do Monstro do Pântano, por Len Wein e Berni Wrightson.
Após dez edições, Heróis em Ação, juntamente com Batman, seria cancelada, dando inicio à publicação de Superamigos, revista com 128 páginas.
Marcelo Naranjo lembra da boa surpresa que foi encontrar o primeiro número desta série nas bancas. Ele só não entende como 23 anos podem passar tão rápido! Ao menos, as boas HQs não envelhecem nunca.