No dia 30 de agosto de 2001, Joe Quesada completou um ano desde que assumiu o cargo de editor-chefe da Marvel. De lá para cá, muita coisa mudou. X-Men e Homem-Aranha foram totalmente reformulados, com novas equipes criativas, a linha Ultimate Marvel foi colocada em prática, a editora rompeu com o Comics Code Authority, houve o lançamento de uma linha adulta de quadrinhos - a MAX Comics -, além de um concurso de novos talentos e a tentativa de reaproximação com artistas como Alan Moore e Neil Gaiman.

O resultado foi um aumento nas vendas e a criação de grandes expectativas para a editora, seja para ficar sabendo de mais novidades ou para comentar o que andava acontecendo por lá. Agora, Quesada analisa como foram esses últimos 12 meses.

"Nossa, parece que tudo isso aconteceu apenas há duas semanas atrás! De um modo geral, não tivemos nenhum ponto negativo real esse ano, graças a Deus. Acho que o pior momento foi a recente notícia não confirmada sobre John Buscema. Estou rezando para que não seja nem perto do que o rumor diz", torce o editor-chefe.

Ele também reitera que não se arrepende de ter aceitado o trabalho. "Bill Jemas (presidente da Marvel) cumpriu com todas as promessas. Quando aceitei o cargo, pedi apoio e autonomia, e me deram. Acho que os resultados falam por si mesmos", relatou. Mas relaxar agora não está nos planos. "Trazer a Marvel até aqui foi ótimo, e certamente estaria mentindo se dissesse que sabia que tudo aconteceria de maneira tão rápida. Mas o truque agora é manter, e enquanto tentamos manter, conseguir mais. Fazer isso durante um ano é uma coisa, fazer de forma consistente é outra. Você pode dizer que um pouco dessa consistência já foi alcançado com o selo Marvel Knight, mas foi em um nível bem menor. Eu gosto de desafios diários e, para mim, não há desafio maior nos quadrinhos do que estar à frente da Marvel".

E quais serão os próximos títulos a passarem por um ajuste, agora que X-Men e Homem-Aranha já estão bem encaminhados? Ele mesmo responde. "Acho que os próximos títulos da lista são bem óbvios. Thor está entrando num novo capítulo com a morte de Odin, e as ramificações deste fato são incríveis. Homem de Ferro e Hulk sofrerão mudanças. E tem o Capitão América! Sua nova fase será especial, e terá aquilo que o personagem precisava há muito tempo".

Com todas essas mudanças, a rivalidade entre Marvel e DC Comics voltou com força total. "Eu adoro essa rivalidade! Eu já gostava quando lia as revistas da Marvel, quando criança. Antes de qualquer coisa, entenda que todos estamos no mesmo barco, embora ainda troquemos alguns tiros. Mas depois do trabalho, eu saio com meus amigos da DC. É um meio pequeno, e realmente gosto do pessoal de lá. Somente temos diferentes maneiras de tocar os negócios. Penso ser ótimo para as duas editoras sermos competitivos e gozarmos de nossas diferenças. E o mais importante... é divertido pra caramba para os fãs! Agora, que isso seja dito, se me disserem que a paz entre a Marvel e a DC significa a absoluta garantia da salvação da indústria, eu beijaria pessoalmente o traseiro branco do Paul Levitz e a boca do Bob Wayne", brincou.

O editor-chefe também disse quais os escritores que ele gostaria de ter hoje na sua editora, se pudesse escolher: "Bem, há o Alan Moore, Neil Gaiman, Frank Miller, Paul Dini, Walt Simonson e tantos outros que, se eu continuar falando, vou acabar esquecendo de alguém, e vou receber alguns e-mails bem nervosos."

Sobre o rompimento com o Comics Code, ele foi claro. "Nós não sentimos nada! Nenhuma reclamação ou perda de vendas. Esse pequeno selo era um terror, a maior prisão para a nossa indústria - possivelmente de qualquer indústria!", enfatizou.

Entre as futuras novidades, estão dois desenhistas famosos e um importante anúncio a ser feito em breve, mas nenhum outro detalhe foi dito.