Homem-Aranha, Hulk, Capitão América, Homem de Ferro, Quarteto Fantástico, X-Men... a lista de personagens é grande, e todos com uma coisa em comum: são publicados pela Marvel Comics. Heróis conhecidos e uma grande editora.

Em 1993, a empresa passou a valer US$ 3 bilhões nas cotações da bolsa de valores americana. Combinação perfeita para se fazer sucesso, certo?

Isso era o que os leitores e toda a indústria de quadrinhos pensavam. E foi por isso que, em 1996, quando a Marvel decretou concordata, todos foram pegos de surpresa.

A verdade por trás de tudo isso está sendo revelada agora pelo jornalista Dan Raviv, no livro Comic Wars - How Two Tycoons Battled over the Marvel Comics Empire... And Both Lost (Guerra nos Quadrinhos - Como Dois Magnatas Lutaram pelo Império da Marvel... E Ambos Perderam).

Raviv passou meses analisando documentos, balanços financeiros e o processo de falência aberto pelos advogados da editora. Ele mostra os acontecimentos em forma de uma história de heróis contra vilões.

O jornalista fala sobre Robert Perelman, um grande especulador que comprou a companhia por apenas US$ 80 milhões e, de uma hora para a outra, a fez valer US$ 3 bilhões, em 1993. Entretanto, não conseguiu impedir a queda das vendas de quadrinhos e produtos relacionados aos personagens da Marvel nos dois anos seguintes.

Outras figuras também fazem parte da "trama". Carl Icahn comprou as ações da editora em baixa, e, menos de um ano depois, deixou a presidência da "Casa das Idéias" com um prejuízo de centenas de milhões de dólares. Com o balanço negativo da Marvel, bancos - liderados pelo Chase Manhattan - emprestaram mais de US$ 700 milhões para Perelman e Icahn, e na hora de cobrar disputaram o controle da empresa.

No final das contas, o controle da editora acabou indo para a Toy Biz, encabeçada pelos nomes de Ike Perlmutter e Avi Arad. Atualmente, Arad é um dos principais responsáveis pelos filmes de sucessos baseados em personagens da Marvel.

Em meio a tudo isso, várias empresas do entretenimento mostram interesse em comprar a editora.

O livro foi editado e lançado pela Broadway Books, tem 300 páginas e custa US$ 24,95. Não existe previsão de lançamento no Brasil.