Marcio Baraldi, vencedor do Vladimir Herzog, em dois livros de humor escrachado
Por Sidney Gusman
Muito conhecido no meio sindical, no qual trabalha desde 1983, Marcio Baraldi é um dos cartunistas e chargistas mais prolíferos do Brasil. Sempre engajado em causas sociais, ganhou em 2002, pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos (homenagem a um jornalista que foi preso, torturado e morto, em 1975, nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo/SP), na categoria Artes.
No ano passado, Baraldi, que também é ilustrador de dezenas de jornais e revistas, como Folha Bancária, Revista dos Bancários, Rock Brigade, Metalhead, Roadie Crew, Dynamite, Brazil e Tattoo, lançou dois livros com sua marca registrada: o humor escrachado, mesclado com uma crítica social mordaz.
Em Moro num País Tropicaos (formato 14 x 21 cm, 112 páginas, R$ 17,00), da Publisher Brasil, o autor aborda, em diversas charges, os mais variados temas: política no governo Fernando Henrique Cardoso, FMI, questão agrária e preconceito (de raça, de gênero, contra homossexuais, contra idosos etc).
O prefácio é de ninguém menos que o atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, e a contracapa é assinada por Ziraldo, que diz o seguinte em seu texto: "As charges de Baraldi, quando tocam de leve o alvo, deixam a vítima pronta para ir pra UTI".
Outra boa pedida para conferir o trabalho de Baraldi é Todas as Cores do Humor (formato 14 x 21 cm, 96 páginas, R$ 19,90), da Edições GLS, uma coletânea de cartuns sobre gays, lésbicas e simpatizantes.
O livro, além de trazer cartuns sobre as conquistas do público gls, apresenta histórias de duas de suas personagens: Biba Splendor e Pitbul Tina.