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Mark Alessi solta o verbo sobre o mercado de quadrinhos

18 julho 2002

Mark AlessiMark Alessi, fundador e presidente da CrossGen Comics, não poupou palavras para falar sobre o mercado americano de quadrinhos, na convenção Wizardworld, e aposta: "Em dois anos, a CrossGen será a número 1!"

A editora já possui um programa de publicação de quadrinhos via internet em seu site oficial, está sempre procurando novas propostas e, a cada mês, é publicada em mais países no mundo.

O mais recente projeto é a criação de um selo para quadrinhos independentes (que já conta com a participação de Red Star) e um Guia de Estudo para três de suas séries: Meridien para o primeiro grau, Sojourn para segundo grau, e Ruse para faculdade.

Ruse #9Os primeiros lançamentos de encadernações também foram bem-sucedidos. "Os primeiros dois meses de nossas vendas nesse setor foram as maiores de uma editora nova na história desse mercado", comemora.

Tudo isso parece dar confiança a Alessi, que não se exime de falar sobre sua impaciência com a atual estrutura do mercado americano de quadrinhos. "Eu cresci adorando super-heróis, mas não acho que eles sejam o futuro. Sei que ofenderei um grande número de leitores dizendo isso, mas ainda não acredito que eles sejam o futuro", afirmou.

CrossGen Comics"Prevejo que, se as coisas não mudarem e a indústria não parar para ver como trata as lojas, vamos levar pelo menos 80% delas à falência nos próximos três anos. E, se isso acontecer, é melhor ter um substituto, ou vamos decidir eliminar uma mídia. Porque super-heróis são um gênero, quadrinhos são uma mídia", disparou.

The First #21Ao contrário das demais editoras, a CrossGen entrou no mercado com uma proposta diferente, ao publicar revistas com histórias de fantasia, magia e afins, fugindo do estilo super-heróis, que domina o meio. O maior sucesso da editora até agora foi Ruse, criação de Mark Waid, sobre um detetive na Inglaterra da Era Vitoriana.

"Estamos tentando fazer revistas para pessoas velhas ou um esporte para ricos? Porque se for isso, estamos tendo muito sucesso. Olhe para essa convenção e todas essas pessoas aqui. Se você acha que fazer capas alternativas e crossovers para sustentar títulos fracos é sua idéia de resolver o problema, você é um idiota", cutucou.

E avisa. "Nós vamos mudar a cara dessa indústria, goste ela ou não. Ela precisa mudar!"

A editora vende 85% de suas revistas em aproximadamente 600 lojas, mas algo entre 1000 e 1400 não possuem edições da CrossGen. "Temos um compromisso de diversificar nossa maneira de vender, porque o futuro não serão as comic shops, por mais que eu tenha respeito e admiração por elas. Milhares de lojas não possuem nossas revistas, porque os donos são fanáticos por Marvel ou DC, e isso é uma tolice", alertou.

Sigil #26O alvo principal foi a "Casa das Idéias", cujo presidente Bill Jemas também já implicou algumas vezes com a editora de Alessi. "A Marvel é um asilo para insanos", comparou. Ele também prevê que tanto Jemas quanto Joe Quesada não estarão mais por lá num prazo de um ano. "Eles apostaram no nosso fracasso há um ano. Então, me permita prever o fracasso deles", profetizou.

"Estou em guerra com eles, porque eles mataram essa indústria. Ao invés de continuarem o trabalho de gigantes dos anos 60, 70 e 80, se transformaram num circo, e isso é vergonhoso. Não se usa uma crise terrível como a de 11 de setembro como um instrumento de propaganda durante um ano inteiro. É nojento. Fizemos uma proposta para Quesada e Jemas para um encontro nas convenções Megacon ou Philadelphia, para termos um debate sobre filosofia de trabalho entre a CrossGen e Marvel, já que está bem claro que estamos em pólos opostos", disse.

Mark Alessi terminou prevendo o que vem por aí. "Em um ano, seremos um monstro diferente. Estamos preparados. O que divulgaremos até o final da convenção de San Diego vai assustar muitos, e eles merecem isso. Essa indústria foi construída para manter todos fora, mas não vamos cair fora, porque não podem me comprar, não podem me afetar. Pretendo destruí-los. Se eles não gostam disso, podem vir me calar. Eu lhes dou meu endereço", finalizou.

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