Demorou, mas, finalmente, chegou. Mark Waid nunca escondeu que é fã do Super-Homem, e por várias oportunidades tentou encaixar um projeto com o personagem. O mais perto que chegou foi na minissérie O Reino do Amanhã, na qual, apesar de englobar todos os heróis da DC, grande parte da trama era centrada no Homem de Aço.

A última tentativa foi propor à editora que ele, juntamente com Grant Morrison, Mark Millar e Tom Peyer, assumisse os títulos mensais do herói. A proposta foi vetada, e, na época, a DC chegou a declarar que nenhum escritor "figurão" trabalharia com o personagem.

Nada como um dia após o outro. A DC mudou de idéia, e Waid produzirá, ao lado do desenhista Leinil Francis Yu, uma minissérie em 12 partes, provisoriamente intitulada Superman: Birthright. Segundo o escritor, será uma visão amigável da origem criada por Jerry Siegel e Joe Shuster.

Isso quer dizer que ele tentará resgatar o espírito sob o qual o personagem foi criado, voltando às raízes que os criadores idealizaram: um campeão dos fracos e oprimidos, um paladino da justiça, mas mostrando que ele é o melhor dos "mocinhos".

"É uma tentativa consciente de juntar em uma única série ou volume a 'Lenda do Homem de Aço', desde Krypton até sua primeira grande aventura, que o tornou conhecido em todo o mundo", descreveu Mark Waid.

"Dito isso - e os leitores terão que acreditar em mim até os primeiros esboços de Leinil serem divulgados - é bom dizer que este não é um projeto retrô, de maneira nenhuma. Como ficará claro nos próximos meses, e, por mais paradoxal que isso seja agora, estamos olhando para o futuro, não para o passado", contou.

Ele afirmou que o projeto não é para estipular qual é a versão certa ou errada do herói, e comparou: "Quem é o Batman 'real'? A versão atual da DC? Claro, você pode dizer que é a que lemos todos os meses. Mas e a versão animada da Warner? É conhecida em todo o mundo, por mais pessoas do que aquelas que compram as revistas todos os meses. E o Homem-Aranha? Mary Jane foi o primeiro amor de sua vida? Para as pessoas que compraram US$400 milhões em ingressos de cinema, a resposta seria sim."

"Contanto que o espírito do personagem perdure, que suas histórias sejam contadas com amor e respeito, e seu conceito permaneça verdadeiro, esses detalhes realmente importam?", questionou Waid.

"O mais perto que temos da proposta desse trabalho é o maravilhoso Super-Homem: As Quatro Estações, mas não toca no assunto de Krypton, outros de seus vilões, kryptonita e vários elementos importantes do herói que o transformaram numa lenda conhecida em todo o planeta", ressaltou.

O projeto começou a tomar forma quando o novo vice-presidente da DC, Dan Didio, assumiu o cargo. "Dan sabia há muito tempo - assim como a maioria das formas de vida composta de carbono na Terra - do meu profundo amor pelo Super-Homem, e fico lisonjeado em dizer que uma das primeiras ligações que ele fez em seu novo trabalho foi para mim, me dando a oportunidade de fazer um projeto dessa magnitude", revelou Waid.

"Esse é o projeto de uma vida. Nunca me diverti tanto!", finalizou.

Confira o que Mark Waid falou sobre o Super-Homem na entrevista exclusiva que ele concedeu ao Universo HQ ano passado.