Marvel é processada por lojista nos Estados Unidos
Brian Hibbs, dono de uma comic shop em São Francisco, Estados Unidos (e colunista da revista Comics & Games Retailer), entrou com um processo contra a Marvel na Suprema Corte de Nova York, em nome de todos os lojistas do ramo. A ação alega que a editora quebrou por repetidas vezes seu termos de vendas.
O termo de vendas da Marvel diz que um produto entregue mais de 30 dias depois de sua solicitação na data especificada, ou material que contém diferenças editoriais ou industriais significativas, pode ser devolvido ou ter seu pedido diminuído, e até mesmo cancelado.
O processo alega que a editora tem se recusado a reconhecer isso, numa tentativa de aumentar os lucros às custas das lojas especializadas.
"Estava preocupado com isso desde meados de 2001, quando comecei a perceber como a Marvel estava lançando suas revistas com atraso; ou com conteúdo e até equipes criativas diferentes", disse Hibbs. "Isso estava me custando vendas. Usando estimativas, fiquei chocado ao ver que a Marvel vendeu mais de US$ 6,2 milhões em materiais atrasados".
A firma de advocacia Nancy Ledy-Gurren of Ledy-Gurren & Blumenstock está cuidando do caso, e declarou: "A Marvel está tratando os donos de comic shops injustamente, virando as costas para seus próprios termos de vendas."
"Quando eu era criança, lia muitas revistas; e uma lição de moral dada pela própria Marvel, com o Homem-Aranha, sempre me chamou a atenção: com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. Eles têm grandes poderes nessa indústria. Onde está sua responsabilidade?", finalizou Hibbs.
Algumas das revistas que foram vendidas com mais de 30 dias de atraso nos últimos meses foram New X-Men #119, Elektra #8, Origin #5 e Origin #6. Encadernações programadas pela editora também vem sofrendo o mesmo problema. A ação pede quase US$ 10 milhões de multa para a editora e reposição por danos.
Joe Quesada, editor-chefe da "Casa das Idéias", comentou o assunto. Ele se disse incapaz de responder os termos legais, mas declarou. "Não vou argumentar os méritos legais do processo, já que isso cabe ao nosso departamento jurídico. O que posso dizer é que é triste e infeliz a hora em que Brian decidiu, ou melhor, calculou para entrar com a ação. Logo depois de um dos finais de semana mais gloriosos da indústria, onde todos se sentem melhor, onde os fãs estão voando alto e novas pessoas estão entrando em lojas e descobrindo essa mídia. Ele não poderia ter esperado mais uma semana? Isso mataria alguém?", falou, referindo-se à estréia do filme do Homem-Aranha.
Outras editoras, como DC Comics, Dark Horse e Image também possuem esse termo de vendas.
Já pensou se essa moda pega aqui no Brasil?