Michael Chabon, autor que ganhou um prêmio Pulitzer pela sua obra The Amazing Adventures of Kavalier & Clay, falou sobre sua vida e obra na WonderCon, convenção de quadrinhos realizada em Oakland, Califórnia. O livro conta a história de dois adolescentes, artistas que surgiram durante a Era de Ouro dos quadrinhos, época da Segunda Guerra Mundial. A trama foca, em parte, a imigração de estrangeiros aos Estados Unidos.

Ele disse que a história começou a nascer quando ainda era uma criança, ao descobrir o trabalho de um mestre. "Nunca fiz segredo de que sempre fui um grande fã de Jack Kirby", disse. Tanto que, quando vendeu suas revistas, as únicas que manteve foram as de Kirby, que estavam separadas em uma caixa. "Havia algo naquela caixa que me motivava".

E revela que não foi fácil o caminho até o prêmio. "Comecei escrevendo vagamente sobre algo parecido com o que aconteceu com Siegel e Shuster, mas então percebi que poderia fazer mais", explica. Para poder faz um trabalho que realmente retratasse a época, Chabon entrevistou vários quadrinhistas "da antiga", como Will Eisner, Gil Kane, Dick Ayers, Martin Modell e Stan Lee. "Eu estava mais interessado em obter respostas como: onde eles conheciam garotas, aonde iam com elas, ou se ouviam músicas e fumavam enquanto trabalhavam. Era tudo uma tentativa de fazer uma representação o mais autêntica possível da indústria de quadrinhos".

O romance anterior do autor, Wonder Boys, acabou se tornando um filme de sucesso. E o mesmo pode acontecer com Kavalier & Clay. Os direitos já foram vendidos.

Sobre os quadrinhos atuais, Chabon gosta muito da revista Ghost World, de Dan Clowes, e disse que lê muito as republicações da Legião dos Super-Heróis, da DC Comics, juntamente com seu filho. "É legal, porque essas revistas são totalmente insanas!".

Perguntado sobre uma possível luta entre Super-Homem e Thor (que deve ocorrer no crossover entre a Liga da Justiça e os Vingadores), ele dá sua opinião: "Tenho que votar no Thor, desde que ele esteja com o martelo".