Nani detona FHC em Se Arrependimento Matasse..., da Editora Veloc
A editora carioca Veloc está mesmo apostando nas publicações ligadas aos quadrinhos de humor e charges. Depois de lançar a revista O Nanista, do artista mineiro Nani, agora é a vez do livro Se Arrependimento Matasse..., do mesmo autor.
O subtítulo da obra já diz tudo: Charges dos desgovernos de FHC a FHC. Ou seja, Nani simplesmente detona o presidente da República, com muito humor e um traço absolutamente escrachado. Ele não poupa ninguém. Itamar, Dona Ruth, Pedro Malan, Gustavo Franco, Antonio Carlos Magalhães e outras figuras do nosso cenário político são vítimas perfeitas para suas piadas.
As charges foram publicadas na Tribuna da Imprensa, durante 6 anos, desde o início do governo Fernando Henrique Cardoso. "FHC pretendia ser o iluminado e vai passar para a história como 'o apagado'. São charges não muito católicas porque não incensei esse governo nem disse amém à política de desmonte feita por ele. FHC foi o Herodes dos velhinhos, matando os aposentados. Ele disse que ia acabar com a era Vargas, mas criou o maior desemprego, inaugurando a era 'Não Há Vagas'. Disse que era ateu, mas, ao contrário de Jesus, atraiu os vendilhões e vendeu o Templo e, como Pilatos, lavou as mãos. Por isso tá faltando água, faltando luz", esculhamba Nani.
Se Arrependimento Matasse... tem um formato pouco comum - 16, 5 x 15 cm. O livro possui 240 páginas, custa R$ 25,00 e pode ser encontrado nas principais livrarias do Brasil.
Confira abaixo o prefácio de Chico Caruso, outra fera do traço nacional, para o livro de Nani.
Nani é o maior fabricante de piadas que eu conheço. Faz humor como quem respira. Fornecedor de vários Chicos (Anysio, Caruso etc), chegou a montar um espetáculo antológico como contador de causos. É também o chargista político mais prolífico: desde O Jornal, nos idos dos anos setenta, quando alugou seu primeiro apartamento se identificando como cartunista - mas do 1º Exército, naturalmente - passando pelo Pasquim, fundando O Pingente, colaborando com O Dia, Tribuna da Imprensa, recentemente em Bundas - onde publicava Nani Pinta e Borda.
O homem é um trabalhador: sempre levou a sério a própria graça. E agora atira este tijolinho charmoso na vidraça dos anos FHC, como talvez passem à história estes oito que pesaram oitenta. Algumas charges são inigualáveis, como a dos bandidos planejando o assalto moderno. Outras fazem parte de sua linha de produção, dessa usina criativa que hoje chega em parte às suas mãos, graças a outro mineirinho come-quieto do Pasquim, o Hélio Santos, agora detentor de seu próprio parque gráfico. Parabéns, Nani.
Parabéns, leitor. Belíssima tijolada!