Neil Gaiman anunciou essa semana ao colunista Mike Sangiacomo, do site Newsarama, que recebeu de Todd McFarlane os direitos e a propriedade do personagem Miracleman.

Todd também passou todos os filmes de cada uma das 24 edições de Miracleman. Os fotolitos são necessários para a impressão das revistas. Foi uma compensação pelo trabalho de Gaiman em Ângela, personagem criada pelo roteirista inglês, para fazer parte do cast de Spawn.

Gaiman ainda não sabe o que fazer com o material. A coleção encadernada de Miracleman, que antes de Neil Gaiman, foi escrita por Alan Moore, está esgotada há anos e cada número chega a valer 100 dólares.

Miracleman (originalmente chamado de Marvelman) é a versão britânica do Capitão Marvel (Shazam) das décadas de 40 e 50. Moore pegou o conceito e o elevou a extremos. Na última das suas 16 edições, o herói derrota seu inimigo numa horrenda batalha, matando milhares de pessoas.

Depois, Miracleman criou o paraíso na Terra. Ele e outros heróis se proclamaram deuses e eliminaram guerras, crimes, doenças, pobreza e até a morte.

Moore, então, passou a bola para Neil Gaiman, que ao invés de escrever imediatamente sobre o herói principal, escreveu sobre a vida no Éden, na visão de seus moradores. A série terminou com um gancho que até hoje não foi concluído: Miracleman ressuscita seu parceiro-mirim. Este fica horrorizado com o fato de seu mentor agora governar a Terra. O que ele poderia fazer?

Os leitores nunca souberam. Dizem que Gaiman tem também a lendária 25ª edição que concluiria a história e foi desenhada por Mark Buckingham. Ele está considerando a idéia de lançar novas coleções, mas primeiro quer se certificar, por meio de seu advogado, que os direitos foram passados de maneira correta.