Por Sidney Gusman, sobre o press release

Num bem-vindo retorno aos quadrinhos, a L&PM Editores está lançando O Livro Negro do Radicci (formato 16 x 21, 173 páginas em preto e branco, R$ 21,00), do quadrinhista gaúcho Iotti.

O livro reúne quase vinte anos de histórias do personagem, um autêntico anti-herói das colônias, criado em 1983. As HQs estão dispostas, propositalmente, fora de ordem cronológica, para enfatizar ainda mais a bagunça que foi a trajetória de sucesso de Radicci.

Pouco conhecido na região Sudeste, Radicci faz bastante sucesso nos estados do Sul, especialmente no Rio Grande do Sul. Atualmente, ele é publicado nos jornais O Pioneiro, de Caxias do Sul; Zero Hora, de Porto Alegre; Diário do Povo, de Pato Branco/PR; O Estado do Paraná, de Curitiba; e no Jornal de Santa Catarina.

E não é à toa que Radicci é tão famoso nessas paragens. Afinal, ele é uma representação bem-humorada do estereótipo do colono, numa época em que, segundo o seu criador, "ser colono italiano era uma vergonha".

A comunidade onde vive o Radicci, a parte italiana da Serra Gaúcha, especialmente a região de Caxias do Sul, cultuou este tipo errático e "politicamente incorreto", menos pelos seus defeitos (falastrão, mal-educado, bêbado, comilão) do que pelo seu bom humor.

Radicci é o imaginário do imigrante com sua imensa liberdade de dizer todas as barbaridades... Alguns riem das suas "inteligentíssimas" performances; outros se identificam pelo lado generoso, que lhe dá identidade e autenticidade. Mas, acima de tudo, o personagem é um símbolo bem-humorado e engraçado, de uma das regiões mais progressistas e desenvolvidas do Brasil.

No livro, que tem excelente acabamento gráfico, além de ver Radicci no seu dia-a-dia, é possível ver encontrá-lo em aventuras pra lá de inusitadas, como numa batalha contra invasores alienígenas e num seqüestro no qual o barrigudo colono é confundido com um milionário.

O Livro Negro do Radicci é, sem dúvida, uma boa pedida para os que gostam de dar boas risadas.