Paul Levitz tentou trazer Supergirl de volta da morte
Quem
não se lembra da morte da Supergirl original, Kara Zor-El?
Na mega-saga Crise nas Infinitas Terras - que modificou todo o
Universo DC e permitiu que grandes autores como John
Byrne, Frank Miller e George Pérez reformulassem todos os personagens
da editora - Kara morreu num confronto com o Anti-Monitor, e emocionou
os leitores da época com a clássica imagem do Super-Homem chorando e segurando
sua prima, morta, nos braços.
Esse foi o fim da Supergirl original, mas, agora, anos depois, descobriu-se
que ela quase voltou.
O então escritor de Legião dos Super-Heróis, Paul Levitz (hoje
presidente da DC) queria reformular a equipe e criar novos legionários.
Ele e o desenhista da série, Steve Lightle, começaram a conversar sobre
a possível equipe, e Levitz queria uma personagem mulher, batizada de
Sensitive Girl.
Foi Lightle, responsável pelo design dos novos heróis, quem contou
como tudo aconteceu.
"Uma coisa que era importante para mim era não fazer dessa nova personagem
sexualmente provocativa. Já havia outras na equipe que faziam esse papel.
Como sempre acreditei que a diversidade era o grande atrativo da Legião,
queria que ela não chamasse a atenção pelo corpo bonito. A Sensitive Girl
não deveria nem ter o uniforme colado no corpo, como a maioria dos heróis",
contou.
Foi
quando o artista lembrou do Questão, personagem criado por Steve Ditko.
"Resolvi fazer algo bem diferente visualmente. Ditko tinha criado o Questão
como uma máscara sem traços característicos. Decidi incluir uma cor e
a forma para os olhos. Quando Levitz viu que fiz um legionário com máscara,
surgiu o seu desejo de trazer a Supergirl de volta à vida, como a mulher
por trás da máscara", revelou.
A Supergirl original participava esporadicamente da equipe, e chegou a
ter um romance com um dos membros, Brainiac 5.
"A idéia original era que ela não se lembraria de sua verdadeira identidade,
e tinha perdido todos os seus poderes kryptonianos, com exceção dos que
vinham da parte sensitiva. É por isso que, em suas primeiras aparições,
ela pareceria possuir poderes como visão de raio-x e de calor", explicou.
Mas os planos de Paul Levitz esbarraram em Jeanette Khan, que na época
era presidente da editora, cargo que ocupou até o ano passado, quando
foi substituída pelo próprio Levitz.
"Khan insistiu que a Supergirl deveria continuar morta. Ela foi muito
firme nessa posição. Então, Paul veio com o plano B... Projectra. Afinal
de contas, quem queria sofrer com a ira de Jeanette?", brincou Steve Lightle.
A Sensitive Girl foi criada, mas não como havia sido planejada. "Paul
Levitz se adapta muito bem ás situações. É uma pena que não escreve mais",
terminou o artista.