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Peça de teatro baseada em obra de Will Eisner, no Rio de Janeiro

18 outubro 2002

Fonte: Press Release

Atores em cena de Pessoas InvisíveisO Armazém Companhia de Teatro está completando 15 anos de atividades em 2002. Formado em Londrina, no Paraná, a companhia fixou sua sede no Rio de Janeiro, em 1998. De lá para cá, tem ocupado uma das salas da Fundição Progresso, onde desenvolve suas atividades e apresenta seus espetáculos.

Em julho, lançou o primeiro DVD do teatro brasileiro, uma versão digital de Da Arte de Subir em Telhados. Agora, dia 18 de outubro, estréia seu novo espetáculo, Pessoas Invisíveis, baseado na obra do quadrinhista norte-americano Will Eisner.

Como a dramaturgia que acompanha o processo de construção de um espetáculo pressupõe a invenção de um método, o Armazém desenvolveu um amplo trabalho de improvisação baseado em temas e roteiros desse autêntico mestre, como New York - A Grande Cidade, O Edifício, Dropsie Avenue, Contrato com Deus, Will Eisner Reader e a maravilhosa aventura Spirit - A história de Gerhard Shnobble.

Também foram observadas indicações técnicas e estilísticas utilizadas como pontos de referência pelos atores: a transposição da linguagem das HQs para o teatro, a valorização da fragmentação das HQs, os personagens se desencontrando de outros pela ação da cidade (trânsito, ruído, balas perdidas), a solidão da metrópole, o choque entre a delicadeza e o vulcão contido nessas vidas anônimas etc.

Nessa perspectiva, o texto nasceu, ao mesmo tempo em que o espetáculo, nas palavras e cenas que foram criadas e experimentadas imediatamente no corpo e na voz do ator.

A improvisação, é bom frisar, não se apoiou exclusivamente nas HQs de Eisner, mas, a partir delas, foram buscados, na própria memória e na espontaneidade individual, sub-temas que enriquecessem o trabalho.

A partir do material levantado durante a pesquisa, a história foi sendo escrita, as cenas se sucederam e os personagens ganharam novas características. Tomou-se o cuidado de se evitar as armadilhas de uma imitação realista, embora o ponto de partida seja muito comum: habitantes de uma grande cidade em momentos de seu cotidiano. Os autores criaram uma espécie de supra-realidade, dando um amplo painel da vida nos grandes centros urbanos. São pessoas comuns surpreendidas em momentos de rara intensidade.

O espetáculo, dirigido por Paulo de Moraes, fixa-se na vida de três habitantes das grandes cidades, três mestres na arte da vida urbana: Antonio Tonatti - um músico frustrado; Monroe Mensh - um sujeito alheio a tudo e todos; e Geraldo Shnobble - um homem que possui o incrível dom de voar.

Quando a história de Pessoas Invisíveis começa, todos já estão mortos, mas aparecem como fantasmas que não conseguem desligar-se do edifício onde viveram. Junto com eles, uma galeria de mais de quarenta personagens desfila pela trama, um sempre afetando a vida do outro, sem perceber exatamente como isso aconteceu.

Eisner trabalha com a idéia de que muito do que acontece numa grande cidade é inexplicável e - ao mesmo tempo - mágico. É ele quem diz: "Estou certo de que essas estruturas marcadas por risos e manchadas por lágrimas são mais do que edifícios inertes. É impossível pensar que, ao fazerem parte da vida, não tenham absorvido as radiações provenientes da interação humana".

O espetáculo estréia sua temporada hoje (18 de outubro), às 20h30min, na Fundição Progresso (Rua dos Arcos, 24 - Rio de Janeiro/RJ). Reservas pelo telefone 0XX-21-9817-2265.

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