Sete motivos para visitar a exposição Mauricio 50 Anos
O trabalho de Mauricio de Sousa, o mais popular dos quadrinhistas brasileiros, está em cartaz em um dos mais importantes espaços das artes visuais brasileiras: o Museu Brasileiro da Escultura, o MuBE, em São Paulo.
O trabalho de Mauricio de Sousa, o mais popular dos quadrinhistas brasileiros, está em cartaz em um dos mais importantes espaços das artes visuais brasileiras: o Museu Brasileiro da Escultura, o MuBE, em São Paulo.
A exposição Mauricio 50 anos - dedicada ao cinquentenário de produção do criador da Turma da Mônica - foi inaugurada no sábado com uma cerimônia para centenas de convidados e um punhado de autoridades. Desde domingo, está aberta ao público, com acesso gratuito.
Durante o evento de abertura, o Universo HQ já fez uma cobertura usando o perfil do site no microblog Twitter - junto com o site de fotos Twitpic. Na mesma noite, uma série de fotos foi publicada no blog.
Agora que a visitação está aberta, é hora de mostrar ao leitor o que ele vai encontrar no subsolo do MuBE, onde fica o espaço expositivo.
A mostra é dividida em dois segmentos. O primeiro é histórico: uma série de painéis e artefatos antigos reconstitui a trajetória de Mauricio - da criação do cachorrinho Bidu até os dias de hoje, em que o criador volta a investir com força no cinema e na TV.
A outra parte, que encerra a visita, é uma versão renovada da mostra História em Quadrões, que circulou pelo Brasil no começo desta década. Nela, Mauricio relê grandes pinturas universais, substituindo os protagonistas originais por seus personagens.
Conheça, então, os sete motivos para visitar a exposição:
1. Conhecer onde tudo começou
Logo na entrada da exposição está a reconstituição da escrivaninha em que Mauricio de Sousa começou a produzir suas histórias - e a sedimentar o império de entretenimento que construiu nestas cinco décadas.
Outras réplicas estão espalhadas pela ala histórica da exposição. Há TVs que mostram comerciais antigos em alguns locais, por exemplo. Mas a que realmente vale a pena é a reconstituição do estúdio em que a equipe de Mauricio fez suas primeiras incursões no desenho animado.
Se quiser ver tudo, porém, é bom reservar um tempo razoável para a visita. Os painéis têm muito texto. Muito mesmo. Lê-los na íntegra vai exigir dedicação e paciência.
2. Encontrar o verdadeiro Sansão
Alarmes Limoeiro informa: "Protegido contra Cebolinha - Monitorado 24 Horas".
O aviso está na redoma de vidro que protege Sansão, o coelhinho da Mônica. O coelho é verdadeiro - pertenceu à menina Mônica, filha e executiva de Mauricio. Entretanto, a rigor, não é o original - que era amarelo, de palha e foi detonado pelo tempo.
O Sansão exposto foi dado à garota aos sete anos, em um programa de TV em que apareceu com o pai, já como inspiradora do personagem. Na época, o bichinho nem nome tinha - o batismo foi na década de 1980, feito por uma leitora dos gibis.
De qualquer maneira, o coelho em si é uma das raridades expostas - e merece uma espiadinha.
3. Ver o Cascão tomando chuva
Logo na entrada, um Horácio vestido de romano - "Horatio", diz a placa - recebe os visitantes. É uma estátua de isopor e resina, uma das várias que estão espalhadas pelo pavilhão.
Na primeira parte, os personagens assumem um visual romano mesmo. Já no segmento dos Quadrões, eles emulam posições de esculturas famosas - como O Pensador, de Rodin, a Pequena Bailarina, de Degas, e a Vênus de Milo.
Uma dessas estátuas faz valer a pena ir ao MuBE num dia de chuva. É que o Cascão vestido de Gladiador fica a céu aberto - e é uma chance única de ver o moleque sujinho tomar um banho!
4. Relembrar Yellow Kid, que já foi o "Oscar" das HQs
Hoje em dia, o "Oscar" das HQs é o prêmio Eisner. Anos atrás, o título informal pertencia a outro troféu, o Yellow Kid, distribuído pelo Festival de Lucca, na Itália, e inspirado no personagem célebre de Richard Felton Outcault.
O Yellow Kid que Mauricio recebeu em 1971 está exposto - junto com uma série de HQ Mix e vários outros prêmios.
5. Conhecer os bonecos da Turma da Mônica Jovem
Lançada há um ano, a Turma da Mônica Jovem aparece em destaque na área dedicada aos produtos que levam a marca Mauricio.
O destaque eram os bonecos da HQ em estilo mangá - ainda não lançados, e mostrados na exposição em primeira mão, ao lado de toalhas, brinquedos, latas de extrato de tomate e fraldas.
6. Ouvir o grito da Dona Morte
A área dedicada às Histórias em Quadrões é imperdível. Tudo bem que a ideia não é inédita - Mauricio já mostrou que é um pintor de mancheia quando, no começo da década, apresentou a primeira leva de quadros.
Mas há novos quadrões - como o Narciso, baseado em Caravaggio, e O Grito, baseado em Münch. Com as esculturas no ambiente, a sala dedicada às pinturas de Mauricio cresceu. O MuBE, sóbrio, ficou com cara de "museuzão".
7. Se preparar para o filme do Penadinho
O final da trajetória de Mauricio não revira o passado; aponta para o futuro.
O foco são os desenhos animados em 3D de Penadinho, Astronauta e Horácio - que estão em fase de produção.
Sinal de que esses 50 anos de carreira ainda têm muito que render.
O setor apresenta modelos em 3D, rascunhos e imagens finalizadas em uma TV.
Para visitar:
A exposição Mauricio 50 Anos pode ser visitada das 10h às 19h, de terça a domingo, com acesso gratuito. Fica em cartaz até 18 de agosto.
O MuBE fica na Avenida Europa, 218, Jardim Europa, em São Paulo.
Eduardo Nasi estudou Arquitetura por um ano, mas não mencionou em momento algum que o prédio do MuBE é um dos trabalhos mais bonitos do grande Paulo Mendes da Rocha. Que fraude!